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Artículos

A Influência do Ethos Protestante na Colônia Agrícola Nacional de Goiás: Personagens, Valores e Transformação Social (1941-2021).

La Influencia del Ethos Protestante en la Colonia Agrícola Nacional de Goiás: Personajes, Valores y Transformación Social (1941-2021).

The Influence of Protestant Ethos in the National Agricultural Colony of Goiás: Characters, Values, and Social Transformation (1941-2021).


Guedes Jose de Oliveira Filho
Universidade Evangélica de Goiás, Brasil
guedesjose858@outlook.com
https://orcid.org/0009-0007-6003-3786

Heliel Gomes de Carvalho
Universidade Evangélica de Goiás, Brasil
heliel.carvalho@unievangelica.edu.br
https://orcid.org/0009-0008-0811-8851

Sandro Dutra e Silva
Universidade Evangélica de Goiás
sandrodutr@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0002-0001-5726

Recibido el 12 de febrero del 2025     Aceptado el 25 de abril del 2025

Páginas 405-426

Financiamiento: La investigación fue autofinanciada por los autores.

Conflictos de interés: Los autores declaran no presentar conflicto de interés.

Resumo

O presente artigo explora a influência da ética protestante na Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), posteriormente a cidade de Ceres, destacando como os princípios e valores éticos dos pioneiros influenciaram o desenvolvimento socioeconômico do Vale do São Patrício entre 1941 e 2021. A problemática concentra-se no papel central e instituições criadas por agentes de transformação como Jair Dinoah, Isaac Barreto, Arthur Wesley Archibald e Domingos Mendes, dentre outros. A ênfase se dá visto que mesmo diante de enfrentamentos, com recursos limitados e sem a infraestrutura e apoio estatal necessários, buscaram superar os desafios promovendo avanços significativos nas áreas de educação, saúde e meio ambiente. As ações dos pioneiros, enraizadas nos princípios de mordomia, educação, senso de vocação e responsabilidade social fundamentados pela espiritualidade foram essenciais para a transformação da comunidade local. Essas transformações foram impulsionadas por agentes protestantes, dentre as quais, os pertencentes a Associação Educativa Evangélica que surgiu como um marco importante no processo, integrando educação e saúde com uma abordagem ética, refletindo o compromisso com o bem-estar coletivo. Ao atuar de forma integral, sob uma perspectiva ética e responsável, estes personagens históricos não apenas contribuíram para o desenvolvimento local, mas também deixaram um legado duradouro que reflete a intersecção entre religião, desenvolvimento social e legado histórico na região.

Palavras-chave: Ethos Protestante, CANG, Educação, Saúde e Responsabilidade Social

Abstract

This article explores the influence of Protestant ethics on the National Agricultural Colony of Goiás (CANG), which later developed into the city of Ceres. It highlights how the ethical principles and values of the pioneers shaped the socioeconomic development of the São Patrício Valley from 1941 to 2021. The discussion centers on the central role and institutions established by change agents such as Jair Dinoah, Isaac Barreto, Arthur Wesley Archibald, and Domingos Mendes. It emphasizes that, despite facing challenges, limited resources, and a lack of essential infrastructure and state support, they persevered in overcoming obstacles by making significant strides in education, health, and the environment. The pioneers’ actions, grounded in stewardship, education, a sense of vocation, and social responsibility rooted in spirituality, were vital for transforming the local community. Protestant agents, including members of the Evangelical Educational Association, propelled these changes, which emerged as a significant milestone. This association integrated education and health with an ethical approach, demonstrating a commitment to collective well-being. By acting holistically from a moral and responsible perspective, these historical figures not only contributed to local development but also left a lasting legacy that illustrates the intersection of religion, social development, and historical impact in the region.

Keywords: Protestant Ethos, CANG, Education, Health and Social Responsibility

Resumen

El presente artículo explora la influencia de la ética protestante en la Colonia Agrícola Nacional del estado de Goiás (CANG), posteriormente, la ciudad de Ceres, destacando cómo los principios y valores éticos de los pioneiros influenciaron el desarrollo socioeconómico del Valle de San Patricio entre 1941 y 2021. La problemática se encuentra en el papel central de instituciones creadas por agentes de transformación, como Jair Dinorah, Isaac Barreto, Arthur Wesley Archibald y Domingos Mendes, entre otros. La Énfasis se pone ya que, mismo delante de enfrentamientos, con recursos limitados y sin infraestructura y apoyo estatal necesarios, buscaron superar los desafios, promoviendo el avanzo significativo en las áreas de educación, salud y medio ambiente. Las Acciones de los pioneros, enraizadas en los principios de la mordomia, educación, senso de vocación y responsabilidad social, fundamentados por la espiritualidad, fueron esenciales para la transformación de la comunidad local. Esas transformaciones fueron impulsionadas por agentes protestantes, dentro de los cuales, los pertenecientes a la Asociación Educativa Evangélica, que surgió como un marco importante en el proceso, integrando educación y salud con un abordaje ética, reflejando el compromiso con el bienestar colectivo.  Al actuar de manera integral, sobre una perspectiva ética y responsable, estos personajes históricos no sólo contribuyeron para el desarrollo local, pero también dejaron un legado duradero que refleja la intercepción entre religión, desarrollo social y legado histórico en la región

Palabras clave: Ethos Protestante, CANG, Educación, salud y responsabilidad social

Introdução

        

        No coração do Brasil, a Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), nascida na década de 1940, tornou um símbolo de progresso, transformando o Vale do São Patrício[1] em um importante centro de desenvolvimento, antecedendo a grande desenvolvimento agronômico para o Cerrado ocorrido na década de 1970[2]. O projeto de colonização do interior do Brasil fez parte de uma política nacional para a expansão agrícola e demográfica para o interior brasileiro conhecida como Marcha para Oeste[3]. Esse território, que se emanciparia como a cidade de Ceres, foi modelado por uma série de influências, entre as quais se destaca o ethos[4] protestante.

        A chegada de médicos missionários e outros pioneiros à região não apenas trouxe assistência médica e educacional, mas também introduziu um conjunto de valores éticos e morais que impactaram profundamente a cultura local, deixando um legado às gerações futuras. A criação da CANG insere-se no contexto da "Marcha para o Oeste", política de colonização e ocupação do interior do Brasil, iniciada em 1938 sob o governo de Getúlio Vargas. Processo que buscavam transformar regiões isoladas em áreas produtivas. A imprensa da época destacou os benefícios socioeconômicos que a Marcha traria para Goiás e regiões do Oeste bem como debates do Congresso Nacional em torno do tema[5].

        Dessa forma, o objetivo central deste artigo é analisar a confluência das ações governamentais e dos pioneiros protestantes que, por meio de seu ethos, enfatizando a ética da mordomia,[6] a responsabilidade social, o conceito de vocação e a valorização da educação e saúde moldou a trajetória da CANG entre 1941 e 2021. A pesquisa busca desvendar as raízes dessa influência, explorando a atuação de pioneiros como Jair Dinoah, Isaac Barreto, Arthur Wesley Archibald e Domingos Mendes, entre outros que, mesmo diante de enfrentamentos significativos, com recursos limitados e sem a infraestrutura e apoio estatal necessários, buscaram superar os desafios para criar e manter o desenvolvimento essencial das comunidades.

        A importância da educação e da saúde somada ao senso de mordomia, derivado da referida ética, é o aspecto central desta análise.[7] Os pioneiros, não apenas estabeleceram escolas, mas também implementaram princípios e valores que propuseram uma formação integral da sociedade. A ênfase na educação, como um meio de desenvolvimento pessoal e comunitário, é um reflexo da responsabilidade advinda da crença na dignidade humana e na capacidade de ser responsável e agente de transformação social.

        Como exemplo dessa capacidade de transformação, destacam-se as contribuições de algumas instituições protestantes, ações dos pioneiros em instituições e órgãos estatais e as instituições da Associação Educativa Evangélica (AEE), que uniram esforços, convergindo num fator crucial na criação de uma comunidade saudável. A AEE, não só promoveu a alfabetização e a educação formal, mas também integrou a saúde e a consciência ambiental em suas práticas, contribuindo para a formação de uma sociedade mais justa, equitativa e sustentável.

        Assim, este artigo busca contribuir para a compreensão da intersecção entre religião, desenvolvimento social e legado histórico, destacando como os valores, vivenciados pelos citados pioneiros, deixaram marcas duradouras na CANG, atual cidade de Ceres, em Goiás[8],[9],[10],[11] .

        A análise realizada sobre Ceres lança luz sobre a história local, mas ainda revela a importância contínua dos princípios seguidos pelos pioneiros, os quais podem servir de exemplos para a sociedade brasileira atual. Através de uma abordagem multidisciplinar que abrange a sociologia weberiana, e a perspectiva da nova história cultural que possibilita compreendê-la “como instituição que é produto histórico da intersecção da pluralidade de dispositivos de normatização e de práticas de apropriação; [...]”[12],[13], seja na pesquisa bibliográfica e análise documental, este estudo busca proporcionar uma visão abrangente sobre como o protestantismo influenciou e recebeu influência na formação da identidade cultural e social da CANG.

1. Fundamentos do Ethos Protestante e sua Influência.

        Max Weber[14] (2000) trabalhou as diferentes formas de significar uma ação. Essas atividades se dividem em quatro tipos principais: a Ação Social Racional, uma ação estritamente racional na qual se projeta um fim e este é buscado procurado independente dos valores que se utilizam para alcançá-lo. Ainda que, a princípio, haja a escolha dos melhores meios para se realizar o fim; a Ação Social Racional relacionada a valores. Nesse caso, não é o fim que orienta a ação, mas o valor, independentemente de ser um valor ético, religioso, político ou estético; a Ação social afetiva cuja conduta é movida por sentimentos, sejam eles quais forem, como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, entre outros e a Ação Social Tradicional, nesse caso, a força motivadora advém dos costumes ou hábitos impregnados na pessoa ou grupo.

        A matriz central do pensamento e ação derivada da Reforma Protestantes, especialmente calvinista, estão embasadas na Ação Social racional relacionada a Valores, portanto, independentemente dos resultados obtidos, são os valores que impulsionam o agir. Assim, o conceito de vocação, o valor da educação, a dignidade humana, a liberdade de consciência foram valores que formaram o ethos protestante e foram propagados onde esses chegavam[15].

        A formação da CANG surgiu da dedicação dos pioneiros que trouxeram consigo esses valores. A análise do ethos mencionado destaca a relevância dos princípios éticos e morais do protestantismo na influência de práticas sociais, educacionais, de saúde e ambientais que promovem um impacto positivo no desenvolvimento da comunidade.

A relevância desse ethos, que teve solo fértil na formação dos Estados Unidos da América, é reforçada no seguinte trecho:

Nos Estados Unidos, a história do início da Tipografia se confunde com a criação de uma escolinha conhecida hoje como Universidade de Harvard. Os puritanos foram pioneiros em ambas as iniciativas. Apenas seis anos depois de sua chegada à Massachusetts, a Corte Geral da Colônia já havia voltado 400 libras para a criação de uma escola ou faculdade (1636). O Colégio foi criado em 1636 na vila de Nee Town, recebendo posteriormente este nome Harvard (1607-1638), que havia doado cerca de 800 libras (metade de suas propriedades) e uma biblioteca com 260 títulos perfazendo um total de cerca de 400 volumes. A escola recebeu outros donativos e o Estado completou o resto. A escola foi mantida durante seus primeiros anos parcialmente pelo sacrifício de fazendeiros, que contribuíram em trigo para sustentar professores e alunos[16].

A referida ética remonta a princípios trazidos à tona por Martinho Lutero[17], João Calvino, entre outros. A partir dos princípios deixados por esses pensadores, a pessoa  é incentivada a demonstrar um engajamento social, que reflita seus valores na vida prática, preservando a criação divina, aperfeiçoando-se individualmente, buscando a paz e o bem- estar, ao invés de projetá-los para o céu e à devoção, procurando uma integração plena em sua comunidade e além dela, para a “polis”[18].

Na Idade Medieval, a educação era um privilégio dos que atendiam escolas eclesiásticas e universidades, escolas privadas e estabelecimento de formação vocacional. A ausência de educação para o povo, a corrupção e autoritarismo, entre outros, levaram à Reforma Protestante .[19]

Tanto Martinho Lutero e João Calvino,[20] atuaram destemidamente, tendo como premissa a alfabetização de pessoas, ampliação das escolas para a população, visando não somente o aprendizado da leitura, mas também a forma de aprender o ofício do trabalho e esse como vocação.[21]18  A atuação teve reflexos na saúde e na transformação do meio ambiente. Esse ethos os conduziam a pautar suas vidas na ação social racional com respeito a valores.[22]19, [23]20, [24]21,[25].        Calvino, o homem que sistematizou o pensamento da Reforma, defendeu a ideia da soberania de Deus e a responsabilidade individual diante da sociedade. Trabalhou ainda uma nova hermenêutica, o conceito de salvação pela fé, e outros temas[26]. Essas ideias criaram um ethos próprio.

        Nesse olhar

Quando se observa estes dois homens (Martinho Lutero e João Calvino) podia-se dizer que cada um deles se insere já num
imaginário nacional: Lutero o defensor das liberdades germânicas, o qual se dirige com palavras arrojadas aos senhores feudais da nação alemã; Calvino, o filósofo pré-cartesiano, precursor da língua francesa, de uma severidade clássica, que se identifica pela clareza do estilo[27].

Embora os reformadores não tenham abordado diretamente o tema do Meio Ambiente e Sustentabilidade como se entende hoje, sua teologia e escritos refletem os fundamentos da organização que influenciou profundamente pensadores conectados ao movimento de proteção da natureza nos Estados Unidos como Pinchot, Marsh, Thoreau, Emerson, John Muir, Rachel Carson, Theodore Roosevelt, e diversos outros, conforme estudado pelo pesquisador do movimento ambiental norte americano[28]25  .

Portanto, para nos orientarmos na prática do bem e das ações humanitárias, adotemos esta norma: de tudo o que o Senhor nos deu com o que podemos ajudar o nosso próximo, somos despenseiros ou mordomos, sendo que teremos que prestar contas de como nos desincumbimos de nossa responsabilidade[29]26.

Em sua obra principal, As Institutas da Religião Cristã, Calvino destaca o conceito de mordomia tratado não como um tema à parte, mas como a responsabilidade do homem diante de Deus e da sociedade, visando gerir os recursos recebidos. As implicações da temática recaem no cuidado que devemos ter com os bens que recebemos, tanto os recursos naturais quanto os espirituais e pessoais que devemos utilizar para o bem do próximo, para o bem comum, mais do que o bem individual.

Essa, afinal, é sobretudo a mordomia correta: a que se amolda à norma o amor. Daí resultará que não só juntaremos ao cuidado de nossa própria utilidade a diligência em fazer o bem ao próximo, mas que também subordinaremos nosso proveito ao dos demais[30]27.

        É preciso reconhecer a relevância de que tudo o que recebemos de Deus deve ser administrado com sabedoria e generosidade, especialmente no cuidado e na ajuda aos outros[31]28. A ideia de mordomia sugere que somos responsáveis pela forma como utilizamos os meios que a nós são confiados e que essa responsabilidade deve ser cumprida com amor e benevolência[32]29.

        Esses valores tiveram implicações na política, economia, sociedade, inclusive na educação, sendo a última mais afetada, ainda que a Reforma tenha se iniciado a partir das questões religiosas.

A influência da Reforma do século XVI sobre a educação é inegável. A evangelização dos povos, imperativo da igreja reformada não seria levada adiante sem uma estratégia de alfabetização dos leigos e educação refinada do clero. A meta reformada de abrir uma escola ao lado de cada igreja é por demais conhecida [...] A Reforma produziu grandes educadores.

        Educadores como o Lutero, professor da Universidade de Wittemberg por 42 anos, Felipe Melancton (1497-1560), considerado o educador da Alemanha, João Amós Coménius (1597-1670), intitulado o fundador da Didática Moderna e vários outros. Houve contribuições importantes na fundação de Universidades como a Academia de Genebra, em 1559, fundada por João Calvino, e outras fundadas por cristãos reformados como: Harvard, em 1643; Yale, em 1640; Princeton, em 1746 e a Universidade Livre de Amsterdã, em 1881. No Brasil, a partir da República, escolas foram fundadas, como o Instituto Mackenzie em São Paulo, o Instituto Granbery em Juiz de Fora, o Instituto Gammon em Minas Gerais, os ginásios Evangélicos da Bahia e de Pernambuco, e outros[33]31.

        No quesito da mordomia ambiental, pensadores como Mark Stool, Rachel Carson, John Muir, Francis Schaeffer e Douglas John Hall, em suas interpretações do ethos protestante, defenderam a mordomia da ética ambiental. Não existe fundamento mais forte para uma ética ambiental cristã da mordomia do que “as promessas ecológicas apresentadas na Bíblia”[34]32.

        Uma visão reformada mais recente sobre a sustentabilidade é vista no teólogo inglês John Stott ao discorrer sobre a abordagem bíblica da questão ambiental. Ele pergunta “A quem pertence a terra?” e responde com dois textos bíblicos. O Salmos 24:1: “Ao Senhor pertence a terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam”. O segundo, Salmos 115:16: “Os céus são os céus do Senhor, mas a terra ele deu aos filhos dos homens”[35]33.

        O homem não cria os processos que ocorrem na natureza, seu campo é colaborativo. Os humanos podem torná-la mais frutífero através da ciência e da tecnologia[36]34. “Podemos limpar, arar, irrigar e enriquecer o solo. Podemos colocar plantas sob vidro para captar mais luz do sol. Podemos administrar o solo, fazendo rodízio de plantio. ” Contudo, “em todas essas atividades, estamos apenas cooperando com as leis de fertilidade que Deus já estabeleceu[37]35.”

        O conceito de mordomia, “possui um potencial muito maior, do que até agora aproveitado, para atrair o apoio e as energias de um segmento considerável do público em nome das preocupações ambientais[38]36

        Os pioneiros protestantes chegaram à CANG, nas terras férteis da região, para implementar a saúde, educação e valores na formação da Colônia nascente, por meio da ética do trabalho, do pensamento empreendedor e da busca pelo bem-estar material no âmbito de uma vocação religiosa[39]37. Entre os protagonistas da formação e transformação da região, destaca-se a contribuição dos pioneiros mencionados, para citar alguns e da AEE.

2. O papel do ethos protestante na formação da CANG

        Quando em 1938, o governo Vargas iniciou “A Marcha para o Oeste”, seu objetivo era, entre outras coisas, ocupar e colonizar o oeste do Brasil, incluindo Goiás. Em 1940, o governo de Goiás concedeu, por meio do decreto nº. 3704/1940, ao Governo Federal uma área nas proximidades da Mata de São Patrício. Pedro Ludovico Teixeira, interventor estadual, facilitou a construção da CANG. No artigo 1º do Decreto “ficam doadas ao Governo da União as terras necessárias para a instalação de um Núcleo Colonial e compreendidas dentro dos seguintes limites: Rio das Almas, S. Patrício, Carretão, Divisor D’aguas, Áreas e Ponte Alta, Rio Verde até confluência com Rio das Almas, [...]”[40]38.

Imagem 01: Área da Colônia Agrícola Nacional de Goiás

Fonte: Adaptado de Waibel, 1958[41]39

        As glebas foram ocupadas pelos colonos recém-chegados, pela estrada que ligava Anápolis à Colônia. A estrada concluída em 30 de março de 1944 tornou-se o eixo de escoamento da produção, viabilizando a conexão com Colônia Agrícola[42]40.

        O governo de Goiás, obviamente, não considerou a riqueza florestal da Mata de São Patrício quando da doação. Assim, a CANG foi fundada em 1941, a aproximadamente 180 km da capital Goiânia, com o objetivo de desenvolver a produção agrícola local para promover o abastecimento das grandes cidades. A imagem 2 abaixo representa os colonos vindos de várias regiões e, também, famílias assentadas e trabalhando a terra, bem como as expectativas em relação ao desenvolvimento e produção esperados da nova colônia. A mídia em Goiânia destacou a CANG como parte integrante da expansão dos interesses do interventor estadual e do governo federal. Enquanto isso, a imprensa em Anápolis celebrou a inauguração de estradas que possibilitariam ao município acesso ao norte de Goiás e a todo o território nacional[43]41.

Imagem 02 – Registros da colônia agrícola em Goiás

 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

3. O Papel dos pioneiros protestantes na CANG

        

Em Anápolis, desde década de 1920, o Dr. James Fanstone, amigo de Bernardo Sayão, havia implantado o Hospital Evangélico Goiano, segundo de Goiás, e a quarta escola de escola de Enfermagem do Brasil, a Florence Nightingale, e algumas escolas, como o Couto Magalhães. Fanstone fez de Anápolis o centro difusor da Medicina Missionária Pioneira para Goiás[44]42 além de assumir “a responsabilidade, no claro entendimento de que isso traz consigo a liberdade perfeita para evangelizar na colônia”[45]43 

A ênfase no papel do leigo foi uma característica distintiva do protestantismo, pois os pioneiros na região não eram sacerdotes ordenados eclesiasticamente. O Dr. Jair Dinoah Araújo (1914-2007)[46]44 foi o primeiro a atuar na medicina na CANG, indicado pelo Dr. James Fanstone[47]45, ambos presbiterianos os quais tinham uma forte ligação com o Hospital Evangélico Goiano, em Anápolis. Araújo respondeu pela construção do Hospital e coordenou o Serviço de Assistência Médica da CANG sendo acompanhado por três enfermeiras da Escola de Enfermagem Florence Nightingale, de Anápolis.

Jair Araújo, fundador do primeiro Hospital do município, cujo nome era Hospital São Pio X, com posse da Igreja católica. Jair Araújo se afastou do posto para construir o Hospital São Lucas, o 2º hospital privado da Região, com especialidade generalista[48]46,[49]47.

        

A Colônia encontrava-se numa região de mata virgem muito densa, e que além da precária infraestrutura, os primeiros colonos sofreram com as epidemias tropicais. Vários casos de malária e febre amarela, ou ‘maleita’, [...]. Era comum na região a doença de Chagas, que tinha sua difusão facilitada pelo tipo de moradia da época, geralmente de ‘pau-a-pique’, cobertas de folhas de palmeira buriti. Também, em 1942 o Brasil entrava na Segunda Guerra Mundial e a Colônia, que estava em fase inicial de seu povoamento, sofria com a falta de produtos básicos do cotidiano dos colonos, como querosene, petróleo, açúcar e sal. Segundo o depoimento do médico Jair Dinoah [...] as condições do serviço de saúde nos primeiros anos eram extremamente precárias. O isolamento e a precariedade na instalação de infraestruturas refletiam na péssima condição assistencial em que os colonos se encontravam[50]48.

        O “Dr. Jair me disse que eles tiveram 30.200 pacientes ambulatoriais e 2.000 pacientes internados no ano passado [1949]. Eles haviam vacinado 35.000 pessoas contra a febre amarela [em um ano]”. O Hospital “é administrado oficialmente sob os auspícios brasileiros. Faz parte do serviço de Saúde Pública do Governo e todos os salários são pagos pelo Governo”[51]49.

        Em seguida chegaram à colônia o Dr. Isaac Barreto, de origem batista; Dr. José Álvaro de Melo, da Igreja Cristã Evangélica. Falta pesquisa sobre eles, mas eram parte do grupo de profissionais que ajudaram a atender as necessidades da população do Vale do São Patrício[52]50 .

        O Dr. Domingos Mendes da Silva, de origem Batista, foi o 4º médico a chegar à CANG, tendo uma atuação digna de destaque. Silva nasceu em Salvador-BA, em 1913. Cursou Ciências e Letras e depois medicina na Universidade Federal Fluminense onde conheceu a jovem Eudméa Hassel Mendes da Silva, estudante de pedagogia, que iniciou o curso de enfermagem para acompanhar o futuro esposo no trabalho missionário. O casal atuou na CANG a partir de 1948.

Domingos juntamente com sua esposa, Eudméia, tiveram o compromisso de servir a Deus ao próximo, com princípios e valores cristãos bem estabelecidos. Eles atuaram em diversas áreas da sociedade com destaque para a medicina, educação, política, filantropia, empreendedorismo, espiritualidade com pioneirismo e sustentabilidade[53]51,[54]52,[55]53 .

O primeiro hospital privado da região do Vale do São Patrício foi o Hospital das Clínicas Centro Goiano (HCCG). A maternidade e o Centro radiológico, cujo fundador foi o Dr. Domingos, atendiam pessoas do sul do Pará, Maranhão, Norte Goiano - hoje Tocantins - e Bahia. O HCCG foi a porta de entrada de quase todos os médicos que chegaram a Ceres. Dr. Domingos foi ainda membro da Associação Médica Brasileira. Visando servir aos jovens que não tinham recursos para estudar, ele fundou em 1953 a atual, Escola Técnica de Enfermagem de Ceres, sendo sua esposa a diretora dessa. Instalou o primeiro Posto Médico em Rialma, em 1955, foi médico pioneiro do DNER na Rodovia Anápolis-Miracema, depois Belém-Brasília, sob a coordenação de Bernardo Sayão, 1954; foi, ainda, primeiro Presidente da Associação Médica de Goiás - Regional de Ceres e da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás – Regional de Ceres.

Como educador, fundou diversas escolas sendo diretor e professor. Antes de graduar em medicina, ensinou em algumas escolas, na cidade natal. Fundou, ensinou e dirigiu o Curso Noturno do Colégio Batista de Niterói, 1942; na CANG, foi co-fundador do Colégio Álvaro de Melo e da Faculdade de Filosofia do Vale do São Patrício – FAFISP, pertencentes da AEE; iniciou o colégio Estadual Hélio Veloso; foi o primeiro diretor do Colégio Estadual João XXIIII; fundou e dirigiu a Escola Batista Bernardo Sayão. Foi, também, deputado autor de Projetos de Lei, criando Colégios nos municípios de Carmo do Rio Verde, Uruana, Rianápolis, Nova Glória.

Na política, foi o primeiro prefeito eleito da cidade de Ceres, 1955/59; fundou escolas e a Companhia Telefônica Ceres-Rialma, 1957; foi deputado Estadual, 1962/66; Presidente de Honra do PMBD de Ceres. Como filantropo, foi membro Fundador do Lions Clube de Ceres em 1967, do Ceres Clube Recreativo, da Loja Maçônica Dr. Álvaro de Melo e da Companhia Hidroelétrica do Vale do São Patrício – CHESP em 1949; Associado Benemérito da Associação Educativa Evangélica, após um grande período como Membro Associado Dirigente, foi sócio proprietário da Rádio Difusora São Patrício e Ceres FM.

Nas atividades eclesiásticas, Dr. Domingos e a esposa foram membros fundadores da Primeira Igreja Batista de Ceres e dos Gideões Internacionais do Brasil na cidade; Missionário Emérito da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, resultado da assistência médica prestada gratuitamente a missionários, pastores e seus familiares.

        A partir da responsabilidade social, o doutor assumiu um papel de liderança servidora na comunidade, promovendo iniciativas cujo objetivo era melhorar as condições de vida das pessoas, no aspecto mais holístico possível. Ele faleceu no dia 22 de novembro de 2006, deixando, como maior legado, oito filhos com seus descendentes. O médico foi casado por 58 anos com Eudméia. Deixou ainda um marco indelével na história da Ceres, no Vale do São Patrício e em Goiás. Seu nome está registrado em pelo menos uma Escola Municipal, um hospital e no atual campus da Universidade Evangélica de Goiás, pertencente a AEE. Seus descendentes continuam atuando na execução e criação de serviços médicos e educacionais através da AEE.

O deputado Daniel Messac, em 2013, na Assembleia Legislativa de Goiás, em sessão solene, in memoriam ao centenário do nascimento de Domingos Mendes da Silva, ressaltou sua atuação política, educacional, médica, religiosa e inovadora na cidade.[56]

Décadas antes, o Rev. Artur Wesley Archibald, missionário e educador, vindo dos Estados Unidos, chegava a Goiás (1936). Atuou no Colégio Mackenzie em São Paulo. Junto com sua dinâmica esposa foram dirigir o orfanato no interior de São Paulo, o Blossom Home[57]54 (Carvalho, 2015).

        Em 1938, o educador Archibald iniciou o Instituto Bíblico Goiano (IBL), atual Seminário Teológico Cristão Evangélico do Brasil (SETECEB), em Anápolis. Ainda no processo de desenvolvimento e modernização da região, Archibald e mais oito amigos criam na cidade de Anápolis, em Goiás, a Associação Educativa Evangélica (AEE) em 31 de março de 1947[58]55.

        Enquanto a AEE nascia, outros pioneiros protestantes estavam atuando em trabalhos paralelos a essa. Segundo Pessoa (1999, p. 57 apud SILVA, 2008), na CANG havia uma grande ascendência do campo religioso, no campo político e, consequentemente, na vida social da colônia,

Essa peculiaridade explicava as medidas adotadas pelo administrador no sentido de impor um rigor social na Colônia por meio das proibições e em nome da ‘boa conduta’, o que evidenciava a grande influência do campo religioso no campo político. Para o autor, a ‘expansão religiosa por meio do atendimento médico, por presbiterianos e cristãos evangélicos, exerceu influência significativa, do ponto de vista moral, na organização social emergente[59]56.

Em Ceres, ocorreu uma ampla implantação de escolas protestantes e católicas. Em entrevista a professora Cenise Helena Borges Souza,[60]57 relatou que o Rev. Nicomedes Augusto da Silva, no ano de 1944, fundou a Escola Primária, vindo a se tornar depois o Colégio Álvaro de Melo (1947). Sobre essas e outras escolas, sabe-se que

[o]s principais colégios confessionais instalados na Colônia foram o Colégio Álvaro de Melo, mantido pelos evangélicos e que funcionava, na época, no regime de internato, e o Ginásio Imaculada Conceição, mantido pela ordem franciscana. Entre 1955 e 1956, foi construída uma escola americana em Ceres para atender aos filhos de missionários norte-americanos que realizam seus trabalhos na região Centro-Norte do país denominado de ‘Escola Bandeirante’, que também funcionava no regime de internato, dedicando-se ao ginasial, pois a educação primária era responsabilidade dos pais missionários. Essa escola era mantida pela missão norte-americana da Igreja Presbiteriana do Sul, que enviava professores dos Estados Unidos para ministrar a educação aos filhos de missionários[61]58.

        É importante acrescentar a Escola Bernardo Sayão, criada no início da década de 1950 e a Escola Batista, inaugurada em 1960. As referidas instituições marcaram o início do ensino básico na CANG, e todas nascidas de entidades religiosas, contudo, apenas o Colégio Imaculada Conceição, o Colégio Álvaro de Melo e a Escola Bernardo Sayão estão ativos.

        Não foi somente no âmbito das instituições particulares que os protestantes fizeram diferença. Além de Domingos Mendes e Jair Dinoah, Helena esposa desse, atuava na educação pública da região. Acerca da esposa de Jair Dinoah, é sabido que:

Sua esposa, Dona Eelena, também é dotada, encarregada das 45 escolas estaduais e rurais da Colônia, nas quais há cerca de 3.000 bolsistas. Que trabalho pioneiro foi o dela, viajando em condições primitivas para assistir ao seu desenvolvimento. Alguém poderia temer que sua formação especial de dois anos nos EUA a incapacitasse para esta vida; mas ela sentia que essa era sua vocação e fica contente em circunstâncias que muitas outras mulheres desprezam[62]59.

        Fica nítido, no relato os conceitos protestantes, o pioneirismo, desenvolvimento, frugalidade, vocação, entre outros, na atuação em Ceres.

4. A Associação Educativa Evangélica (AEE)

A AEE, iniciada em Anápolis, encampou o Colégio Couto Magalhães, fundado em 1932 por missionários protestantes. Concomitantemente, expandiu sua atuação na CANG, assumindo o Colégio Álvaro de Melo (1947). Em junho daquele ano, na Ata da Assembleia da Igreja Cristã Evangélica da Colônia registrou-se que a AEE construiria um prédio para escola no local[63]60. O ethos protestante dessagrou nos objetivos, missão, visão e valores da AEE. Pois “a sociedade não auferirá lucros, vantagens ou benefícios de suas diferentes atividades, nem os seus membros dirigentes receberão qualquer remuneração, porque todas as rendas reverterão em prol da obra educativa”[64]61  E no Artigo III, capítulo intitulado, Da Fé, Art. 3º ficou registrado: “As Escrituras Sagradas são a única e suficiente regra de fé e prática da Associação Educativa Evangélica”[65]62.

Assim, a Visão da AEE é ser “academicamente preparada, biblicamente fundamentada e globalmente comissionada”, refletindo não apenas a excelência moral, mas também a preocupação com a excelência acadêmica e científica, a espiritualidade e o impacto social, considerando a preservação e desenvolvimento do meio ambiente.

Essa proposta se revela na Missão da instituição:

Promover com excelência o conhecimento, por meio da educação em seus diferentes níveis, fundamentado em princípios cristãos, buscando a formação de cidadãos comprometidos com a verdade, a comunidade, o respeito, a transformação social e o desenvolvimento sustentável[66]63 

Esses valores ajudaram na promoção da educação e a formação de profissionais de saúde, educação, agronomia, dentre outras áreas, refletindo uma ação racional com respeito a valores, em que os princípios e valores guiam as ações, independentemente dos fins que se alcancem[67]64 

Durante a década de 1960, no contexto da interiorização do desenvolvimento provocado pela transferência da Capital Federal para a Região Centro-Oeste, e a partir da abertura propiciada pelo Governo Federal para o credenciamento de novas Instituições de Ensino Superior, a AEE criou a Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão – FFBS (1961), em Anápolis, depois a Faculdade Direito e a de Odontologia. A primeira faculdade de Ceres e quarta da AEE foi a Faculdade de Filosofia do Vale de São Patrício, iniciada em 1972, autorizada em 1976, com os cursos de Letras e Pedagogia.

Ao final da década de 1990, a AEE ampliou suas instalações e a oferta de novos cursos, incluindo Ciências Contábeis, em Ceres, desativado posteriormente. Nesse ínterim a AEE promoveu reforma dos prédios e construiu um moderno parque aquático, com piscina semiolímpica e infantil. Em seguida, com a criação do Centro Universitário, a unidade de Ceres passa a ser um campus, em 2004.

O início do curso de Direito deu-se em 2008. Sete anos depois, a AEE adquiriu a Faculdade de Ciências e Educação de Rubiataba (FACER), com seus três campi, situados nas cidades de Rubiataba, Ceres e Jaraguá. Em Ceres, denominada Faculdade Evangélica de Ceres (FECER). Unindo as faculdades, a AEE passou a ter os seguintes cursos: Administração, Biomedicina, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia de Software, Farmácia, Fisioterapia, Psicologia e os tecnólogos em Estética e Cosmética e Radiologia. Os cursos de Letras – português e inglês, Pedagogia e Ciências Contábeis foram extintos ultimamente.

Computando somente as entradas de alunos nos anos 2011 a 2021, o Colégio Álvaro de Melo da AEE recebeu alunos de 15 cidades além de Ceres[68]65. Nos cursos superiores da AEE em Ceres, foram acolhidos alunos de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão, Distrito Federal e Bahia, representando cerca de 73 municípios[69]66. O colégio e faculdades somaram 32.707 alunos, no período posto.

A AEE se consolidou como um epicentro da educação protestante na região, assumindo o compromisso de formar cidadãos conscientes e responsáveis em relação ao meio ambiente. Em 2006, criou o Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente (PPG STMA), visando suprir a demanda da comunidade acadêmica da UniEvangélica que inclui o Campus, Ceres. Em 2012,  a pós migrou para a área Interdisciplinar - Ciências Ambientais (CACiAmb) cujo “objetivo geral formar profissionais com competência em Ciências Ambientais com enfoque na relação sociedade e meio ambiente, compreendendo a complexidade das dimensões históricas, econômicas, políticas e sociais e suas implicações no meio ambiente”[70]67. Em 2018, o programa teve seu curso de Doutorado aprovado, com turma iniciando em 2019. Já em 2021, o programa, com 15 anos, teve mais de 202 defesas de dissertações.

Ainda em 2014, a AEE iniciou o Projeto Criar e Tocar que oferta, até hoje, a meninos da periferia da cidade aprendizado de instrumento de Orquestra, alimentação e reforço escolar, com a finalidade de promover a cultura e desenvolvimento pessoal. Atualmente, o projeto, atende as duas cidades, visando alunos de baixa renda. Além dos benefícios inerentes, proporciona bolsa de estudos nas escolas mantidas da AEE para aqueles que se destacarem.

A AEE continua com o objetivo de contribuir com a educação e a formação de crianças, jovens e adultos da região de Goiás, embasados numa ética própria, visando ampliar as ofertas de ensino, com cursos superiores, visto que antes estava centrada somente nos Colégios[71]68. “[...] o trabalho educacional, iniciado pela Igreja Cristã Evangélica na CANG, expandiu na região, contando atualmente com colégios e faculdades, campus da Universidade Evangélica de Goiás, mantidos pela Associação Educativa Evangélica”[72]69.

Conclusão

        Este artigo busca demonstrar como a ética protestante, nascida no contexto da Europa do século XVI, percorreu um caminho através dos séculos e algumas nações, chegando ao Brasil e desempenhando papel decisivo na formação e desenvolvimento da CANG entre 1941 e 2021, com impacto na região do Vale do São Patrício. Por meio da atuação de figuras históricas como Jair Dinoah, Isaac Barreto, Arthur Wesley Archibald e Domingos Mendes, com suas respectivas esposas, observou-se que os princípios de mordomia, da vocação, da responsabilidade social, da valorização da educação e da saúde não só moldaram a identidade cultural da região, mas também promoveram um progresso significativo nas condições de vida da comunidade local[73]70,[74]71.

        A análise revelou que a integração de valores éticos e religiosos, como o amor a Deus e ao próximo, e a reponsabilidade assumida frente à população levaram os pioneiros a deixar um legado duradouro, que se reflete na atual qualidade de vida da cidade de Ceres, conhecida por sua vocação agroindustrial e altos níveis de desenvolvimento humano[75]72,[76]73. Esse legado continua influenciando a sociedade brasileira contemporânea, enfatizando a importância dos valores cristãos na formação de uma identidade social e cultural que priorize o bem-estar coletivo. Ceres, ainda hoje, apresenta os efeitos das sementes lançadas em sua fundação.

Com a população de 20,9 mil habitantes, a cidade tem forte vocação agroindustrial e se destaca na produção de hortifrutigranjeiros. Ainda é o único município entre os 150 com melhor qualidade de vida no Brasil, ocupando a 148º até a última projeção do IBGE. [...] o impacto do trabalho na saúde e educação, primordialmente, revela-se, por ocupar o segundo lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IHD) no estado de Goiás, com a marca de 0,775[77]

        Além disso, a investigação sugere que a intersecção entre religião, colonização e desenvolvimento regional oferece um terreno fértil para pesquisas futuras. Estudos adicionais poderiam explicar como esses valores reformados se manifestam em outras regiões do Brasil e como podem ser aplicados para enfrentar os desafios sociais contemporâneos. Compreender o impacto do protestantismo na formação de comunidades resilientes e éticas pode fornecer informações valiosas sobre políticas públicas e iniciativas sociais destinadas a promover o desenvolvimento sustentável e a justiça social.

        Em suma, os fundamentos do ethos protestante, com sua ênfase na ética da mordomia, no sentido da vocação e no papel ativo do leigo, tiveram um impacto profundo na formação da CANG. A contribuição dos pioneiros protestantes e da AEE foram cruciais nesse processo, pois ambos promoveram a saúde e a educação, formando a população através de valores do cuidado com o próximo e da responsabilidade social. O legado deixado por essas iniciativas exemplifica como os valores podem ser aplicados na prática, moldando a vida dos indivíduos e promovendo o desenvolvimento social e econômico da região, cuja herança  perdura até os dias atuais[78]74.

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[1] A região do Vale do São Patrício é constituída de 22 municípios: Ceres, Barro Alto, Carmo do Rio Verde, Goianésia, Guaraíta, Guarinos, Hidrolina, Ipiranga de Goiás, Itapaci, Itapuranga, Morro Agudo de Goiás, Nova América, Nova Glória, Pilar de Goiás, Rialma, Rianápolis, Rubiataba, Santa Isabel, Santa Rita do Novo Destino, São Luiz do Norte, São Patrício, Uruana. Disponível em: https://www.dm.com.br/opiniao/2016/08/vale-do-sao-patricio-impulsionado-pela-marcha-para-o-oeste Acesso em 24 set 2024.

[2] Sandro Dutra e Silva. No Oeste, a terra e o céu: a expansão da fronteira agrícola no Brasil Central (Rio de Janeiro: Mauad X, 2017); Sandro Dutra e Silva. (2020). Challenging the Environmental History of the Cerrado: Science, Biodiversity and Politics on the Brazilian Agricultural Frontier. Historia Ambiental Latinoamericana Y Caribeña (HALAC) Revista De La Solcha, 10(1), 82–116. https://doi.org/10.32991/2237-2717.2020v10i1.p82-116

[3] Dutra e Silva, 2017 op. cit; Donald Worster (2019). Frontier and Western History in Central Brazil. Historia Ambiental Latinoamericana Y Caribeña (HALAC) Revista De La Solcha, 9(1), 211–214. https://doi.org/10.32991/2237-2717.2019v9i1.p211-214

[4] Ethos segundo Weber (1982), seria um código de costumes sociais e morais que advém da prática religiosa, o que não é feito intencionalmente. A prática da doutrina dos reformadores criou um ethos próprio. A forma da conduta religiosa proposta “e essa conduta constitui o ethos específico de cada pessoa, no sentido sociológico da palavra. Para o puritanismo, tal conduta era certo modo de vida, metódico, racional que dentro de determinadas condições preparou o caminho para o espírito do capitalismo moderno” (WEBER, 1982, p. 368).

[5] Sandro Dutra e Silva Os estigmatizados: distinções urbanas às margens do rio das almas em goiás (1941-1959). (Tese). UNB. Brasília: UNB. 2008; Dutra e Silva, 2017, op. cit.

[6] Os princípios da mordomia podem ser encontrados no livro da Bíblia, Gênesis 1:28 e 2:15 e guardam relação com as atividades a serem desempenhadas, como: frutificar, multiplicar, cultivar, guardar e exercer domínio (que não quer dizer subjugar, mas promover desenvolvimento), visto que “Deus entrega ao homem as tarefas de explorar, desenvolver e cultivar o solo, a alma e a cultura. Os recursos devem ser descobertos e criados” (Miller, 2012, p. 139).

[7] Estudos correlacionados têm sido feitos no Brasil:

[8] Dutra e Silva, ibid.

[9] Carvalho, H. G. James Fanstone: Protestantismo, Medicina como Vocação e Legado Social na fronteira Goiás na primeira metade do século XX. Dissertação.  (Mestrado em Ciências Ambientais) – Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA, Anápolis, 2015.

[10] Id., 2021.

[11] Sandro Dutra e Silva; H.G. Carvalho. (2023). Medicina pioneira na fronteira em Goiás: a Evangelical Union of South America e as doenças tropicais no Brasil Central. Cadernos do CEOM, v. 36, n. 59  (Out/2023), p. 104-122, DOI: http://dx.doi.org/10.22562/2023.59.07

[12] Id., 1999, p.32

[13] P. Burke. A Revolução Francesa da historiografia: a Escola dos Annales (1929-1989). São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista, 1991.

[14] Max Weber. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 15ª Ed. São Paulo: Pioneira, 2000.

[15] Id.,2000

[16] H. Maia. A educação no Paraná: da colonização à República. Curitiba: editora UFPR, 2013. P. 18-20

[17] Martinho Lutero (1483-1546) foi um sacerdote católico alemão que iniciou o movimento conhecido como Reforma Protestante no século XVI. Após uma experiência de conversão, Lutero passou a defender ideais como justificação pela fé, autoridade suprema das Escrituras e sacerdócio universal de todos os crentes, dentre outros. Em 1517, ele publicou os escritos que ficou conhecido como 95 Teses que questionavam várias posturas e práticas da Igreja Católica da época. Maiores detalhes sobre sua biografia serão descritos abaixo.

[18] E. R. Gracino. A influência do ethos protestante na institucionalização da educação brasileira: Um estudo sobre a Escola Americana de São Paulo (1870-1920). (Tese de Doutorado). 2021.

[19] “As primeiras escolas públicas modernas foram fundadas pelo estado alemão de Gotha em 1524, seguido pela Turíngia em 1527. Mais tarde, Lutero concebeu o Plano Escolar da Saxônia, que se tornou o principal sistema educacional estadual para a maioria dos estados protestantes da Alemanha.” (Polyzoidou, 2021, s/d). Stella Polyzoidou. "How Protestant Reformation Shaped Modern Education" TheCollector.com, January 20, 2021.

[20] João Calvino (1509-1564) é um nome de destaque quando se trata da Reforma Protestante. No entanto, muito além disso, ele também foi humanista, teólogo, pastor, pregador professor e escritor francês. Enquanto Lutero deu o grande impulso e abriu as portas as Reforma Protestante, Calvino foi o sistematizador e organizador do pensamento reformado. Como ávido escritor assinou diversas obras, desde tratados teológicos a cartas, sermões e Discursos. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/joao-calvino/ Acesso em 8 de mar. 2024. João Calvino. As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, vol. 3, (III.7.5). p 189

[21]18 M. F. R. Pereira, Trabalho e educação: uma perspectiva histórica. Curitiba: InterSaberes, 2012

[22]19 Id.,1979.

[23]20 Vishal Mangalwadi, O Livro que fez seu Mundo: Como a Bíblia Criou a Alma da Civilização Ocidental. São Paulo: Vida, 2012.

[24]21 André Biéler. O Pensamento Econômico e Social de Calvino. Tradução de Waldyr Carvalho da Luz. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana S/C, 1990.

[25] MCGRATH, A. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução a teologia cristã. São Paulo: Shedd Publicações, 2005.

[26] C. Hodge. Lutero e Calvino: ensinamentos e legados. 2ª. ed. São Paulo: Teológica São Paulo, 1999.

[27] B. Cottret. Calvino: A Biografia. Traduzido para o inglês do original Calvin: Biographie. Edição de Jean-Claude Lattès. ed. Michigan: Grand Rapids, Wm. B. Eerdmans, 2000. P.38

[28]25 Mark R. Stoll. Inherit the Holy Mountain: Religion and the Rise of American Environmentalism New York: Oxford University Press, 2015.

[29]26 João Calvino. As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, vol. 3, (III.7.5).

[30]27 Op. Cit., 2006, III. 75.

[31]28 Id.

[32]29 Id., 1990.

[33]31 C.T. Stewart. Makenzie College: Escola Americana: Notas para sua história e organização. São Paulo-SP: s/ed. 1932, p.23

[34]32 Douglas J. Hall. The Steward: A Biblical Symbol Come of Age Grand Rapids, MI: W.B. Eerdmans, 1990. p.213

[35]33 J. Stott. O cristão em uma sociedade não cristã. 1. ed. São Paulo: Thomas Nelson Brasil, 2019.

[36]34 Id .2019

[37]35 Id. 2019, p.171.

[38]36 J. Callicot. Baird. Genesis and John Muir in Covenant for a New Creation: Ethics, Religion, and Public Policy. New York: Orbis Books, 1991. P. 112.

[39]37 Op. Cit. 2000.

[40]38 GOIÁS. Decreto-Lei nº 3.074, de 04 de novembro de 1940. Jornal Correio Oficial: Órgão dos Poderes do

Estado de Goiaz, Imprensa Oficial do Estado de Goiaz, Goiânia, nov. 1940. ISSN nº 4.097.

[41]39 L. Waibel, Capítulos de Geografia Tropical e do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1958. p. 307.

[42]40 Ibid.

[43]41 Dutra E Silva; Franco, J. L. A.; Drummond, J. A. Devastação florestal no oeste brasileiro: colonização, migração e a expansão da fronteira agrícola em Goiás. HIb. Revista De História Iberoamericana, v. 8, n. 2, 2015.

[44]42 Op. Cit. 2021.

[45]43 South, 1945, p. 75

[46]44 Dr. Dinoah, como outros médicos de Anápolis, visitavam a região desde a vinda de Sayão, para atender
casos de malária, febre amarela e doença de chagas, muito comuns na época. A convite de Bernardo Sayão
transferiu-se para a Colônia em fevereiro de 1945, participando da instalação do hospital da Colônia.

[47]45 Por influência do Dr. Fanstone os dois primeiros médicos protestantes enviados a cidade
foram, Dr. Jair Dinoah Araujo e o Dr. José Álvaro de Melo chegaram a Cang (CARVALHO, 2015, p. 75)

[48]46 Op. Cit. 2021

[49]47 Denis Castilho, A Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG) e a formação de Ceres-go – Brasil. Élisée, Rev. Geo. UEG - Goiânia, v.1, n.1, p.117-139, Jan./jun. 2012.

[50]48 Op. Cit. 2008, p. 131.

[51]49 Carvalho, H. G. A Medicina Missionária Pioneira e o Papel da União Evangélica Sul-Americana (UESA) em Goiás, na Primeira Metade do Século XX. (Doutorado em História) – Universidade Federal de Goiás, 2021.  (Apud SAVAGE), CSWC51/16/1/40, p. 48

[52]50 Id. 2015, p.122.

[53]51 Sandro Dutra e Silva; H. G. Carvalho; C. H. M. Silva, Colonização, Saúde e Religião: A Medicina pioneira e o poder simbólico da moral social na Colônia Agrícola Nacional de Goiás – CANG (1941-1959). Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science. v.4, n.1, jan./jul. 2015, p. 85-109

[54]52 Id. 2015

[55]53 Flávio Manoel Coelho Borges Cardoso; Lidiane de Oliveira Guimarães. Processo de Formação e expansão de Cluster: o caso do aglomerado de Ceres-GO. REGE, São Paulo–SP, Brasil, v. 18, n. 4, p. 549-568, out./dez. 2011

[56]  http://al.go.leg.br/noticias/ver/id/122153/aberta+sessao+solene+desta+segunda-feria+2

[57]54 Id. 2015

[58]55 Os fundadores foram: Antônio de Oliveira Brasil, Archibald Tipple, Dayse Fanstone, James Fanstone, Newton Wiederhecker, Nicola Aversari, Severino Araújo e William Benister Forsyth, missionários e líderes evangélicos, sob a liderança do Reverendo Arthur Wesley Archibald.

[59]56 “A Associação Médica de Ceres, da qual os médicos pioneiros foram membros fundadores foi e é o grande instrumento dessa cultura. Até hoje, todo médico recém-chegado à cidade é apresentado oficialmente, num jantar social mensal, à sociedade médica de Ceres” (CARDOSO e GUIMARÃES, 2011, p. 564).

[60]57 Essa entrevista foi conduzida por Guedes José Filho, em 13 de outubro de 2023, em Ceres, GO

[61]58 Id. 2004, p.146

[62]59 Savage (CSWC51/16/1/40, p. 48)

[63]60 Ata da reunião da Assembleia da Igreja Cristã Evangélica da Colônia Agrícola Nacional de Goiás, realizada aos 22 dias do mês de junho de 1947. Arquivo do pesquisador Guedes José.

[64]61 Op. Cid. 2015, p.88.

[65]62 Olímpio Ferreira Sobrinho. Sob as luzes do milênio. Goiás: Gráfica e Editora Garcia, 2007. P.27

[66]63 UniEvangélica. Quem somos. Disponível em: https://www4.unievangelica.edu.br/pagina/quem-somos. Acesso em: 24 set. 2024

[67]64 Op. Cit. 2021.

[68]65 Elas são Anápolis, Carmo do Rio Verde, Ceres, Goianésia, Goiânia, Goiás Velho, Itapaci, Itauçu, Jaraguá, Nova Glória, Rialma, Rianápolis, Rubiataba, Santa Isabel, São Patrício e Uruana.

[69]66  As cidades são Abadia de Goiás, Alto Horizonte, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Araguaçú, Araguapaz, Auriverde, Barra do Garças, Barro Alto, Campinorte, Campos Verdes, Carmo do Rio Verde, Ceres,

[70]67 UniEvangélica.

[71]68 Op. Cit. 2002/2004

[72]69 Op. Cit. 2015

[73]70 Op. Cit. 2008

[74]71 Op. Cit. 2011

[75]72 Dutra e Silva, Ibid. 2008

[76]73Cardoso Guimarães, Ibid. 2011

[77]

[78]74 Dutra e Silva, Ibid. 2008