Dibujo con letras blancas

Descripción generada automáticamente con confianza media

Artículos

VIAJEROS DEL SIGLO XIX: REGISTROS HISTORIOGRÁFICOS DEL PEQUI EN EL PLANALTO CENTRAL DE BRASIL

NINETEENTH-CENTURY TRAVELERS: HISTORIOGRAPHICAL RECORDS OF PEQUI IN THE CENTRAL PLATEAU OF BRAZIL


VIAJANTES OITOCENTISTAS: REGISTROS HISTORIOGRÁFICOS DO PEQUI NO PLANALTO CENTRAL DO BRASIL

Mara Rúbia Magalhães

Universidade Estadual de Goiás, Brasil

mara.magalhaes@ueg.br

https://orcid.org/0000-0003-3923-1319

Carlos de Melo e Silva Neto

Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Goiás, Brasil.

carlos.neto@ifg.edu.br

https://orcid.org/0000-0001-8624-3836

Samira Peruchi Moretto

Universidade Federal da Fronteira Sul, Brasil.

samirapm@gmail.com

https://orcid.org/0000-0002-5276-2512

Sandro Dutra e Silva

Universidade Estadual de Goiás e Universidade Evangélica de Goiás, Brasil.

sandrodutr@hotmail.com

https://orcid.org/0000-0002-0001-5726

Recibido el 23 de enero del 2024     Aceptado el 15 de mayo del 2024

Páginas 185-211

Financiamiento: La investigación fue autofinanciada por los autores.

Conflictos de interés: Los autores declaran no presentar conflicto de interés.

RESUMEN

A especie Caryocar brasiliense, conocido como pequi, un árbol de gran tamaño y longevidad, juega un papel ecológico importante en el bioma del Cerrado, siendo una especie pionera en la regeneración de plantas después de perturbaciones naturales o antropogénicas. La versatilidad del pequi, debido al aprovechamiento de sus estructuras orgánicas y su amplia distribución geográfica, lo convierten en un recurso de alto valor económico y gran potencial para la alimentación, la industria, la cosmética, la medicina, la farmacología y otros. Analizando la historia de los primeros viajeros naturalistas desde el siglo XIX hasta el centenario del descubrimiento de Brasil, el estudio propone, a partir de la Historia Ambiental, mapear la trayectoria y los usos del pequi en el Altiplano Central brasileño. Se destaca la relevancia de los viajes naturalistas, especialmente los europeos del siglo XIX, en la construcción de la identidad brasileña y el estudio de la naturaleza, destacando la importancia de los relatos de estos viajeros como fuente historiográfica. La investigación también destaca la relación histórica entre hombres y plantas, destacando cómo el estudio detallado de la historia natural puede impactar en la comprensión de la interdependencia entre los seres humanos y la naturaleza en el siglo XXI y la importancia del conocimiento de la historia de la naturaleza para la formación de Identidad individual y colectiva.

Palabras clave: Cerrado; historia ambiental; Caryocar brasiliense; fuentes históricas.


ABSTRACT

The specie Caryocar brasiliense, known as Pequi, is a large and longevous species of tree which plays a significant ecological role in the Cerrado biome. It's one of the vegetal species that first regenerates after events of either natural or anthropic disturbances. Because of this plant’s versatility, with the possible uses of its organic structures and the wide geographical distribution it exhibits, Pequi is a species of high economic importance, offering alimentary, industrial, cosmetical, medical and pharmacological economic potential. By means of an analysis of the history of first naturalist travelers of Brazil since its discovery up to the 19th century, this study aims, based on Environmental History theories, to chart the Pequi’s trajectory and uses in the Central Plateau of Brazil. We emphasize the relevance of the naturalist travels, especially Europeans of the 19th century, for the construction of the Brazilian identity and the study of nature, underlining the importance of such travelers’ accounts as historiographical sources. Our investigation also highlights the historical relationship of men and plants, demonstrating how a detailed study of natural history can impact the comprehension of the interdependence between human beings and nature in the 19th century, and the importance of the knowledge of natural history for the constitution of individual and collective identities.

Keywords: Cerrado; Environmental history; Caryocar brasiliense; historical sources

RESUMO

O Caryocar brasiliense, conhecido como pequi, árvore de grande porte e longevidade, desempenha um papel ecológico significativo no bioma Cerrado, sendo uma espécie pioneira na regeneração vegetal após distúrbios naturais ou antrópicos. A versatilidade do pequi, devido ao uso de suas estruturas orgânicas e distribuição geográfica ampla, o tornam um recurso de alto valor econômico e grande potencial alimentício, industrial, cosméticos, medicinais, farmacológicos e outros. Analisando a história dos primeiros viajantes naturalistas do século XIX até o centenário do descobrimento do Brasil, o estudo propõe, fundamentado na História Ambiental, mapear a trajetória e os usos do pequi no Planalto Central Brasileiro. Enfatiza-se a relevância das viagens naturalistas, sobretudo europeias do século XIX, na construção da identidade brasileira e no estudo da natureza, destacando a importância dos relatos desses viajantes como fonte historiográfica. A investigação ressalta ainda a relação histórica entre homens e plantas, evidenciando como o estudo detalhado da história natural pode impactar a compreensão da interdependência entre seres humanos e natureza no século XXI e a importância do conhecimento da história da natureza para a formação de identidade individual e coletiva.

Palavras chave: Cerrado; história ambiental; Caryocar brasiliense; fontes históricas.

INTRODUÇÃO
 
Conhecer a história de uma determinada pessoa pode ser um bom caminho para analisar se estamos dispostos a nos aproximar, relacionar ou se preferimos manter distanciamento. Será que essa mesma percepção pode ser condicionada a espécie não humana? Acreditando que a familiaridade com qualquer ser vivo é uma perspectiva provável de aproximação podendo, inclusive, sensibilizar um grupo social para preservação e conservação de determinada espécie, propomos, neste trabalho, caracterizar por meio do relato dos primeiros viajantes naturalistas, do início do século XIX até o centenário do ‘descobrimento do Brasil’, a rota cronológica da espécie Caryocar brasiliense nas terras do Planalto Central Brasileiro.

O pequizeiro, ou comumente denominado pequi, embora esse seja apenas o fruto, pertencente à família Caryocaraceae, é uma árvore de grande porte e longevidade, com ampla distribuição pelo bioma Cerrado e com significativo papel ecológico como uma das espécies pioneiras no processo de sucessão ecológica do Cerrado, ajudando a promover a regeneração da vegetação após distúrbios naturais ou antrópicos, além de figurar dentre as espécies, definidas pelo Ministério do Meio Ambiente, de valor econômico atual ou potencial para Região Centro-Oeste.[1]

Caryocar brasiliense é uma espécie nativa com ampla distribuição geográfica, encontrada praticamente de norte a sul do Brasil e dado a versatilidade no uso de suas estruturas orgânicas (frutos, sementes, folhas e caule) e a capacidade adaptativa às diferentes fitofisionomias do cerrado, é considerado um recurso natural de grande valor potencial. Frente à sua potencialidade, inúmeros trabalhos relacionados a descrição botânica, distribuição geográfica, tratos culturais, cadeia produtiva, usos atuais e potenciais químicos, farmacológicos, alimentares, medicinais são amplamente difundidos no meio científico, porém ainda não há pesquisa que versa sobre os registros de descoberta e distribuição da espécie nos ambientes naturais do passado.

É inegável que o pequi é uma espécie de planta que existe em solo brasileiro muito antes da chegada dos primeiros europeus. Os indígenas que ocupavam o território eram em grande maioria ágrafos e mesmo que tenham tido contato com a fruta, não deixaram registro escrito. Dessa forma, mesmo sabendo das relações de diversos grupos com a espécie aqui estudada, o presente estudo analisou a narrativa pelos viajantes naturalistas sobre essa espécie, fundamentado na abordagem da História Ambiental, enquanto ciência proveniente do campo da história, cuja característica interdisciplinar tem permitido dialogar e interconectar as diversas áreas do conhecimento. Nesse contexto, a fundamentação teórica-metodológica proposta para esse estudo, de acordo com Donald Worster, corrobora com a primeira dimensão da História Ambiental em que “busca entender a natureza propriamente dita, tal como se organizou e funcionou no passado.”[2] 

No entanto, para fazer uso da narrativa da história ambiental de determinada espécie da flora brasileira, há de se considerar os eventos históricos de colonização ao qual fomos submetidos. Os primeiros registros sobre nossa biodiversidade datam com a chegada dos portugueses ao litoral do Brasil, em abril de 1500. Na ocasião, Pedro Vaz de Caminha escreve, ao rei de Portugal D Manuel I, a "Carta a El-Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil”, detalhando, pelo descobrimento das novas terras, a paisagem, rios, animais, plantas e os nativos por aqui encontrados.[3] 

Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz.

Andamos por aí vendo a ribeira, a qual é de muita água e muito boa. Ao longo dela há muitas palmas, não muito altas, em que há muito bons palmitos. Colhemos e comemos deles muitos.

Enquanto andávamos nessa mata a cortar lenha, atravessavam alguns papagaios por essas árvores, deles verdes e outros pardos, grandes e pequenos, de maneira que me parece que haverá muitos nesta terra. Porém eu não veria mais que até nove ou dez. Outras aves então não vimos, somente algumas pombas-seixas, e pareceram-me bastante maiores que as de Portugal. Alguns diziam que viram rolas; eu não as vi. Mas, segundo os arvoredos são mui muitos e grandes, e de infindas maneiras, não duvido que por esse sertão haja muitas aves![4]

A Carta de Pedro Vaz de Caminha forneceu aos europeus um vislumbre dos recursos naturais e da diversidade biológica do Brasil, contribuindo, de certa forma, para a vinda de outras expedições cientificas, numa manifestação evocativa e o encanto diante da exuberância da natureza tropical.[5] Porém, é prioritariamente no século XIX, com a chegada da Princesa Leopoldina para seu casamento com Dom Pedro I, por meio da Missão Austríaca-Alemã (1817-1835) e com a abertura dos portos brasileiros (1808) ao comércio internacional, que o Brasil se configura como campo promissor para a história natural e a Europa passa a ter papel central na produção de conhecimento sobre a natureza brasileira.

Se de um lado a Europa é o centro teórico científico, do outro, pelo considerável material prático quer pelo inventário de inúmeras espécies até então desconhecidas, quer por fornecer descrições gerais do clima e da geografia das suas terras, estava o Brasil.

De todas essas viagens e coletas resultaram os materiais que permitiram aos europeus desenvolver conhecimento botânico, zoológico e mineralógico sobre o Brasil. Mesmo um naturalista que nunca tivesse viajado poderia associar seu nome a espécies brasileiras. A localização das coleções na Europa, bem como suas bibliotecas e publicações científicas, fazia com que todos aqueles que fossem participar da construção de conhecimento naqueles moldes se vissem obrigados a se deslocar para aquele continente.[6]

No estudo do meio ambiente é necessário consultar os acervos históricos, científicos e culturais de diversos países. As expedições científicas desempenharam uma etapa crucial no desenvolvimento da ciência, por permitir, além da coleta e formação de coleções de espécimes para os museus de História Natural, contribuir na formação da carreira dos jovens naturalistas viajantes, portanto, se aventurar pelas terras recém descobertas em um novo continente era, para além de desafiador e estimulante, uma possibilidade real de ser reconhecido cientificamente.

uma coleção extensa e variada de espécimes bem preservados e geograficamente localizados era essencial. Descrever uma espécie nova garantiria a oportunidade de nomeá-la e, assim, ter o seu próprio nome eternizado nos anais da ciência taxonômica. Além disso, reunir coleções que pudessem ser vendidas em seus países de origem proporcionava aos naturalistas a oportunidade de obter algum retorno financeiro pelo trabalho científico. Fora os museus de História Natural, que eram geralmente os principais compradores destas coleções, havia um mercado crescente de colecionadores particulares. Ao longo do século XIX, colecionar exemplares de espécies raras, exóticas ou consideradas excepcionalmente belas tornou-se uma prática comum para membros de uma elite que encontrava na raridade e nos altos valores de suas coleções uma forma simbólica de distinção social.[7]

Para a socióloga e pesquisadora Miriam Moreira Leite, os naturalistas viajantes que vieram ao Brasil estavam designados - não apenas em revelar aos europeus, as riquezas aqui existentes; mas, sobretudo, a partir do século XIX, por disporem de uma rede internacional de colaboração política, social e econômica, objetivavam aprofundar os estudos da história natural, “percorrendo o solo brasileiro num esforço conjunto e planejado de revelar, colecionar e classificar os reinos naturais das Américas.”[8] Dado a singularidade científica dessas atividades, “àqueles com formação e conhecimento das ciências naturais, que fosse habilitado para preparar coleções – zoológicas, botânicas, antropológicas, arqueológicas etc“, foi formalizado, em 1876, o cargo de naturalista viajante no Museu Nacional do Rio de Janeiro.[9]

A “Expedição Botânica” (1783-1790), encomendada pelo vice-rei da província do Rio de Janeiro, Luís de Vasconcelos e Sousa ao frei José Mariano da Conceição Vellozo (1742-1811), é considerada pioneira na produção de levantamento das plantas existentes na região do Rio de Janeiro, entre a ilha Grande e Santos.[10] Desse intenso trabalho de campo, com mais de duas mil pranchas e 1.639 descrições detalhadas e ilustrações botânicas de flora das matas do Rio de Janeiro, que contemplam atualmente a Mata Atlântica, frei Vellozo sistematizou e documentou o que mais tarde veio a ser a monumental obra “Flora Fluminensis”.[11]

Com a missão de inventariar a natureza da região do Rio de Janeiro, frei Vellozo ao longo de sete anos, percorreu as matas daquela região descrevendo, identificando e ilustrando a flora, tendo seu intenso trabalho de campo encerrado em 1790. No entanto, somente em 1881, a obra Flora Fluminensis foi publicada na íntegra, como volume V da Revista Archivos do Museu Nacional.[12] Além do detalhe taxonômico minucioso, Flora Fluminensis, por “enunciar as plantas por seu nome científico, com informações sobre as características morfológicas e os locais onde ocorriam, sem se preocupar em descrever seus usos e nomenclaturas populares e empregar o sistema de classificação e nomenclatura botânica de Lineu, difere do caráter utilitário e de retorno econômico da maioria das produções coloniais do final do século XVIII.”[13]

No entanto, é no século XIX, sob o argumento de fortalecer o processo político e de identidade brasileira, que as expedições científicas se intensificaram no Brasil. O governo imperial de D. Pedro II empreende políticas de incentivo para que comissões científicas viessem investigar e estudar às riquezas naturais deste país; “riquezas, potencialmente econômicas, que o país guardava em suas entranhas ainda inexploradas.”[14] Assim, expedições foram organizadas e privilégios oferecidos para que cientistas estudassem e explorassem a composição geográfica, geológica, botânica, zoológica e etnográfica das diversas regiões do Brasil.[15]

Dentre importantes expedições vindas ao Brasil destacam-se: a expedição francesa de Auguste de Saint-Hilaire (1816 – 1822), que por seus relatos e anotações sobre as regiões percorridas e suas formações naturais, publica a memorável Flora Brasiliae Meridionalis; a expedição austríaca de Karl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix (1817-1820), cujo grandioso trabalho realizado deu origem a monumental Flora Brasiliensis e a expedição de George Heinrich von Landsdorff (1821-1829), proprietário da Fazenda Mandioca considerado um centro de convivência cultural e científica para cientistas e outros “naturalistas estrangeiros, ávidos por conhecer, examinar e percorrer os caminhos dessa terra desconhecida e atraente que era então o Brasil.”[16]

Esse presente estudo tem como objetivo reconstruir a história cronológica, em seu ambiente natural, de uma importante espécie vegetal nativa do cerrado, documentada pelos naturalistas do início do século XIX até o centenário do ‘descobrimento do Brasil’, nas regiões do Planalto Central Brasileiro: o pequi (Caryocar brasiliense). Para alcançar esse objetivo foram utilizadas diferentes tipos de fontes, que não estavam reunidas em um único arquivo ou local, mas em diversos documentos históricos, banco de dados científicos, documentação técnica e de obras com catalogação e identificação da espécie disponíveis em herbários e Jardins Botânicos, além dos relatos dos viajantes naturalistas, pesquisadores, cientistas, artistas que visitaram e registram a natureza nas terras desse Novo Mundo.

O relato dos viajantes são fontes primárias, apresentam grande importância histórica, uma vez que, além dos viajantes identificarem e catalogarem a flora, também descreviam em detalhes as regiões, os costumes e as histórias da época. Portanto, relacionar e considerar o encontro entre a natureza e o homem, é um dos objetos de estudo da História Ambiental.  

Enquanto a ecologia exclui o homem para compreender as alterações e funcionamento da natureza, a história privilegia o homem em seus estudos, ao passo que o historiador ambiental procura juntar os dois, afinal ao se propor reconstruir qualquer ambiente do passado é indispensável não pensar unicamente na fauna, flora, ou apenas nos ambientes orgânicos, mas incluir também o homem e suas relações de fracasso ou sucesso com os demais fatores.[17]

No entanto, é preciso compreender que embora o relato dos viajantes proporciona múltiplas possibilidades historiográficas e são fonte fundamental da história ambiental,[18] e que por vezes as narrativas ricas em detalhes enfatizando, inclusive um caráter testemunhal, passam despercebidas até para os habitantes locais, a abordagem é feita por um sujeito estrangeiro que carrega distintas interpretações e interesses,[19] devem, portanto, serem analisadas considerando o contexto histórico de sua narrativa:

Questão primeira e imprescindível para a abordagem dos relatos é tomar consciência de que os homens que os produziram são sujeitos dotados de pré-conceitos e referenciais culturais próprios, como qualquer sujeito sócio-cultural. Os viajantes estrangeiros procediam de meios culturais diferentes dos existentes em território brasileiro do século XIX. Suas percepções variavam, por exemplo, desde o pré-conceito explícito a forte presença de “pessoas de cor” ao encanto com as belezas da natureza do Brasil.[20]

Diante desse contexto, por meio da narrativa e contextualização da mesma, os viajantes ao identificar, em solo brasileiro, a espécie Caryocar brasiliense nos permitiu aprofundar o entendimento sobre a própria história da natureza e suas relações com as comunidades locais que se desenvolveram desde então. Assim como propõe Sebastian Conrad, a “História Global é sim por sua vez o estudo focado em eventos, lugares e sociedade individualmente e que tentam enxergar, buscando entendê-los em uma estrutura global.”[21] Nesse sentido, a epistemologia proposta por Conrad, de uma História Global capaz de enxergar e pensar uma história com diversas interconexões, propondo uma contextualização ou conexão com outras narrativas, para nós, torna-se uma abordagem promissora.

A trajetória cronológica da espécie Caryocar brasiliense: o olhar dos naturalistas oitocentistas nas terras do Planalto Central brasileiro

Considerando o recorte histórico e temático deste presente estudo e propondo a reconstrução de registro da espécie vegetal aqui especificada, limitaremos, como recorte cronológico, o registro do pequi desde a época do descobrimento do Brasil, datada em meados de 1500 até o ano de 1922, quando do centenário da independência. Esse recorte cronológico se justifica, enquanto campo da pesquisa, por compreendermos que esse é o período preponderante da construção da imagem do território brasileiro, precisamente sua natureza, sobretudo pelo cientificismo e objetividade dos relatos dos viajantes naturalistas. Para tanto, buscou-se identificar o registro, em dados oficiais, sejam documentos históricos, relatos de viagens, diários, base de dados bibliográficos de herbários, literatura científica e de pesquisadores, dos viajantes oitocentistas que identificaram e descreveram a espécie Caryocar brasiliense.

Embora as regiões que compõem o Planalto Central brasileiro sejam as que foram consideradas para o presente estudo, compreendemos que documentar a observação dos primeiros relatos da espécie no território nacional se faz necessário. Assim, é ainda no século XVI, em meados de 1590, o registro da primeira referência da espécie em estudo de que se tem conhecimento.

Pequeá[22] — Destas arvores ha duas castas; huma dellas dá huma fructa do tamanho de huma bôa laranja, e assi tem a casca grossa como laranja; dentro desta casca não ha mais que mel tão claro, e doce como açúcar em quantidade de hum ovo, e misturado com elle tem as pevides.

Ha outra arvore Pequeá: he madeira das mais presadas desta terra; em Portugal se chama setim; tem ondas muito galantes, dura muito, e não apodrece.[23]

Fernão Gardim (1548-1625), jesuíta missionário pertencente a ordem religiosa Companhia de Jesus, nomeado para ser secretário do padre Cristóvão de Gouveia,[24] quando de sua visita ao Brasil, chega em solo brasileiro em 1583. Dentre suas atividades, Cardim se destacou como Reitor do Colégio da Bahia (1590 a 1593) e do Colégio de São Sebastião do Rio de Janeiro (1596 – 1598), mas sua atuação como botânico, etnólogo, geólogo, zoólogo e cronista, oportunidade em que se concentrou em detalhar suas viagens, compartilhando minuciosamente as paisagens que via e os acontecimentos que observava, além de documentar hábitos e costumes não apenas dos indígenas, mas também dos portugueses com os quais interagia,[25] renderam o registro em cartas e em dois tratados, entre eles Do clima e terra do Brasil e de algumas coisas notáveis que se acham assim na terra como no mar.

Em seu Tratados da Terra e Gente do Brasil, Cardim descreve plantas, animais e indígenas constituindo um guia de objetos e sentidos sobre a América. Seus Tratados assumem lugar importante no conjunto das fontes acerca da experiência quinhentista, compondo com um conjunto mais amplo de textos e que garantiam, exatamente por suas descrições, as condições para a colonização. As listagens de nomes e características constituem uma taxonomia qualificadora para o contato, são guias para viver na colônia.[26]

Ainda de acordo com a historiadora Fernanda Cristina da Encarnação, assim como as cartas retratavam as narrativas de viagem, os tratados registravam as plantas e os animais numa espécie de glossário, em que Cardim indicava os nomes nativos seguidos com descrições e usos. Esses registros estão inseridos no âmbito da produção literária dos viajantes, colonizadores e religiosos que, durante a era das descobertas e exploração das novas terras, detalhavam o Novo Mundo com o propósito de fornecer informações à Coroa, ou aos seus superiores na Companhia, sobre as condições e possibilidades dessas terras.[27]

Enquanto os relatos de viagem, sobretudo dos religiosos da época do descobrimento do Brasil, sobre a natureza e o nosso território era carregado de representações que evidenciavam mais as visões do que os fatos,[28] as missões realizadas a partir do século XVII tem em seus registros uma maior preocupação com o caráter de pesquisa científica. Fato percebido com a presença holandesa no nordeste brasileiro, quando, mandado pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, em 1637 o nobre conde Johann Mauritius van Nassau-Siegen e sua comitiva formada por artistas, naturalistas e homens de ciências, como Guilherme Piso, Zacharias Wegener e Georg Marcgrave chegam ao Brasil.[29]

Guilherme Piso (1611-1678), cujo nome de batismo é Willien Pies, nasce em 1611, em Leiden, atual Holanda. Estudante da Universidade de Caen, na Normandia francesa, no ano de 1633 obtém o grau de doutor em Medicina e exerce a carreira médica na cidade de Amsterdam. Assim, em 1637 é indicado para assumir o cargo de médico particular do conde Maurício de Nassau e chefe da expedição científica holandesa a ser enviada ao Brasil.[30] Guilherme Piso, juntamente com o naturalista botânico Georg Marcgrave, realizou inúmeras observações da fauna e da flora brasileira, em que cada espécie era descrita minuciosamente, incluindo tamanho, forma, cor, aroma, sabor, e usos para o seres humanos e destes relatos resultaram na publicação dos livros Historia naturalis Brasiliae (1648) e India eutrius quere naturaliet medica (1658).[31]

E é a partir dos relatos desse médico holandês Guilherme Piso que, em 1648, há o registro do pequi enfatizando as características morfológicas muito semelhante ao que Fernão Cardim o fez:

"LIVRO QUARTO. DAS ÁRVORES FRÚTICES E ERVAS MEDICINAIS E ALIMENTÍCIAS, QUE NASCEM NO BRASIL E NAS REGIÕES CIRCUNVIZINHAS DA ÍNDIA OCIDENTAL.

CAPÍTULO XVI. JANIPÁBA, AÇAIÁ, TAPIÁ E PEKIA. Há duas espécies desta grande árvore. O lenho da primeira é tido por duríssimo e na conta de mais pesado do que o quantas árvores aqui nascem. Chamam-na os lusitanos Cetim; ainda não a vi; é tida como árvore infrutífera. A madeira, como que isenta da podridão, não se corrompe, e por isso é empregada nas construções navais. A outra, que eu conheço, tem folha glabra, grande, com um nervo reto e veias um tanto raras, oblíquas. Produz um fruto maior que a laranja, de casca grossa, dura, amarela, variegada de manchas cinéreas, dentro do qual se acha certo líquido meloso, que em doçura rivaliza com o açúcar; dentro do fruto se encontram muitos caroços que, secado o líquido do fruto, fazem estrépito como as papoulas. Em toda parte, o fruto, por sua doçura, é muito apreciado pelos bárbaros quando viajam.[32] 

No entanto, é a partir do século XIX que as expedições rumo ao Novo Mundo e os relatos dos naturalistas viajantes sobre esse território, até então pouco explorado, adquirem o caráter “verdadeiramente científico”, revelando “uma rede de interrelações sociais, econômicas e políticas internacionais,”[33] com direito a criação do cargo de naturalista viajante e seu reconhecimento, enquanto profissão, no Museu Imperial do Rio de Janeiro.[34] Como bem lembra a pesquisadora Ana Maria Beluzzo, é inquestionável o legado e a contribuição dos viajantes do século XIX para o conhecimento sobre nosso país, assim como a complexidade que deve-se ter para a análise dessas representações, afinal é preciso ter em mente que os “viajantes identificam a paisagem brasileira a partir da bagagem que carrega, fazendo aproximações com base em suas tradições culturais e em sua instrução.”[35]

Para o pesquisador Manoel Guimarães, as viagens exploratórias do século XIX se diferenciam por objetivarem a produção de conhecimento científico com mais precisão, tendo em seus viajantes a preocupação em descrever as regiões visitadas não só por seus aspectos físicos e geográficos, mas também por suas características sociais e políticas dos povos que as habitavam.[36] Assim enquadra-se o naturalista francês Augustin François César Provençal de Saint-Hilaire, ou simplesmente, Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), que com o apoio do Conde de Luxemburgo e por sua “conexão profissional no Museu de História Natural de Paris,”[37] esteve no Brasil entre 1816 a 1822 e percorreu extensas regiões pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, documentando minuciosamente os aspectos botânicos, zoológicos e socioeconômicos das regiões percorridas.[38]

Auguste de Saint-Hilaire nasceu em 1779, em Orléans, em uma família aristocrata, e morreu em 1853, em seu castelo de La Turpinière.[39] Em 1816, almejando formar um herbário tropical inigualável a fim de ser reconhecido academicamente como naturalista, obteve financiamento do governo para sua viagem ao Brasil.[40] Ao todo realizou cinco viagens, que resultaram na “coleta de cerca de trinta mil exemplares, dos quais seis a sete mil espécies foram de plantas, criteriosamente catalogadas e enumeradas nos cadernos de coletas de campo. As espécies de sua autoria estão descritas nos três volumes da Flora brasiliae meridionalis (1825,1829 e 1832-1833) e os exemplares botânicos depositados no Herbário de Paris do Muséum National d`Histoire Naturalle.”[41]

Saint-Hilaire tem sua importância não só pelo considerável acervo botânico, mas pelas minuciosas observações sobre os aspectos ambientais, geográficos e o modo de vida dos povos que encontrava, como evidenciado em seus relatos e comentários quando de sua passagem pela Província de Goiás, de maio a setembro de 1819, percorrendo cerca de 1.500 quilômetros. Ao adentrar a província, ele relata ver “um planalto imenso, deserto e bastante regular, coberto ora de pastagens naturais salpicadas de árvores raquíticas, ora exclusivamente de gramíneas, de algumas outras ervas e de subarbustos,”[42] assim como registra a presença do pequi na região:

É essa planta – como já disse – que estabelece a grande diferença entre os campos dessa região e os da Província de Minas. Encontram-se também ali as mesmas espécies de Qualea que se vêem em Minas, a Voquísia nº 502, a Gencianácea nº 206, tão comum em todos os campos, a Hyptis nº 157, a Composta 453, o velame, conhecido por suas qualidades purgativas, o pequi (Caryocar brasiliensis, Aug. de S. Hil., Juss., Camb.)”[43]

E antes de finalizar sua passagem por Goiás, Saint-Hilaire reitera a presença do pequi pela região:

O piqui (Caryocar brasiliensis, ASH., Jass., Camb) aparecera em quase todos os campos que eu vinha percorrendo fazia algum tempo, mas em nenhum outro lugar encontrei-o em tão grande abundância. Entre Farinha Podre e Guarda da Ponte ele se torna muito comum, mas em compensação a Qualea desaparece. Eu me aproximava das regiôes meridionais e a vegetação começava a apresentar algumas diferenças.[44]

Dentre as diversas viagens científicas do século XIX destaca-se a Expedição Langsdorff, comandada pelo então cônsul – geral da Rússia no Rio de Janeiro, o médico, diplomata, naturalista e explorador científico George Heinrich von Langsdorff (1774-1852). “A Expedição Langsdorff, objeto de meticulosa preparação e de um ambicioso planejamento, mobilizou importantes recursos humanos e financeiros,”[45] com objetivo de pesquisar e documentar a natureza, explorando a fauna e flora e a população das regiões de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, percorrendo cerca de 17 mil quilômetros em território brasileiro entre os anos de 1822 a 1829.[46] 

O barão George Heinrich von Langsdorff, nasceu em 1774 em Wöllstein – Alemanha e faleceu aos 78 anos em Freiburg, também cidade alemã, no ano de 1852. Formou-se em ciências naturais e medicina na Universidade de Göttingen foi membro da Academia Imperial de Ciências de São Petersburgo e de sociedades científicas de diversos países. Para acompanha-lo na expedição pelo Brasil estavam Ludwig Riedel (botânico), os zoólogos Eduard Ménétriès e Christian Hasse, o astrônomo russo Nestor Rubtsov, o artista alemão Johann Moritzz Rugendas e os franceses Aimé-Adrien Taunay e Hercule Florence, além de escravos, guias e remadores, somando 39 pessoas na comitiva.[47]

Dentre os documentos do acervo da Expedição Langsdorff, há os diários contendo 1388 páginas e 26 cadernos de diferentes formatos e tamanhos, repletos de anotações, observações e fragmentos do cotidiano, comprovam as impressões e registros deste naturalista ao percorrer as terras do interior do Brasil. É dentre esses diários, guardados atualmente no Arquivo da Academia de Ciências Russa, que contém, no dia 09 de janeiro de 1825, na região de Minas Gerais, o registro do pequi:

A fazenda do Sr. Manoel Moreira fica a meia hora ao sul de Riacho Fundo, às margens do mesmo ribeirão que vem de Lapinha, numa região com muita vegetação, ao pé da serra da Lapa. Nela há uma bela cascata caindo sobre o vale, próxima à propriedade. (.....)

Os frutos comestíveis silvestres da região são: Mangaba, mangabussa (uma Myrtaceae), aga, pequi, araticum, guabiroba, araça, murta, pêssego-do-campo (outro tipo de aga), fruta-de-lobo, gravatá-do-campo (uma Bromelia), maracujá, juá, goiaba, jenipapo, jabuticaba, caju-do-campo e outros.[48]

Conforme mencionado, compunha a Expedição Landgstdorff, o botânico Ludwin Riedel (1790-1861), nascido em maio de 1790 em Berlim, na Alemanha, faleceu em agosto de 1861. Chegou ao Brasil em 1821 e, por sua experiência por trabalhar com plantas, em 1842, foi nomeado para a direção da seção de botânica, agricultura e artes mecânicas do Museu Nacional do Rio de Janeiro.[49] Nos relatos dos diários de Ludwin Riedel, presente nos arquivos da Fundação Biblioteca Nacional, constam uma relação de plantas e outros apontamentos botânicos, além de listas de vocábulos indígenas, localidades, população e enfermidades[50] presenciadas em todo seu percurso.

 Riedel inicia os trabalhos junto a Langsdorff, realizando excursões por diversas regiões, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Da Província de Minas Gerais (1824), seguem para a Província de Goiás, coletando e registrando várias espécies botânicas,[51] inclusive o pequi.

Outro renomado botânico (e desenhista) que registrou o pequi (1827), na Província de Goiás, foi William John Burchell (1782-1863), nascido em Londres em 1782 e faleceu no ano de 1863. Tendo pesquisado a fauna e a flora da África do Sul e composto aproximadamente quinhentos desenhos dessa viagem, registrado na obra Travels in interior of Southern África, Burchell chega ao Brasil em 1825, como integrante da missão incumbida de reconhecer a independência brasileira e firmar um tratado de comércio com D. Pedro I.[52] 

No período em que Burchell esteve no Brasil (1825 a 1830), percorreu as províncias de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Pará, realizando observações astronômicas, estudos geográficos, coletando materiais botânicos,[53] além de relatos icnográficos sobre os arraiais da província goiana com destaque para os trabalhos sobre a cidade de Goyaz.[54] Por sua passagem pelo país, publica Catalogus geographicus brasiliensis, quando de seu retorno a Inglaterra.

Do casamento da princesa Maria Leopoldina, filha do imperador da Áustria, com o príncipe herdeiro do trono de Portugal D. Pedro I, marca, para além das relações diplomáticas entre os impérios português e austríaco e as consequências políticas para a história do Brasil, um dos mais completos levantamentos científicos realizados sobre a natureza brasileira. Isso ocorre porque, dentre a comitiva que acompanhou a princesa ao Brasil, haviam cientistas, botânicos, zoólogos e artistas europeus que integravam a Missão Científica de História Natural, cuja missão era a de “procurar, observar, descrever, classificar e preferencialmente coletar exemplares da fauna e flora do Brasil, para que todo esse material pudesse ser enviado à Europa e enriquecer as coleções austríacas de história natural.[55] 

Dentre os cientistas da Missão Austríaca (1817 a 1835), como ficou conhecida, financiada pela Áustria, Baviera e Portugal, estavam os zoólogos Johann B. von Spix e Johann Natterer, os botânicos Carl Friedrich Ph. von Martius, Johann Sebastian Mikan e Johann Emmanuel Pohl, o fotógrafo George Leuzinger, além de outros artistas. Dessa expedição, muitas obras artísticas e científicas foram produzidas, inclusive a mais completa publicação sobre a flora brasileira Flora Brasiliensis, e o relato da viagem Reise in Brasilien (Viagem pelo Brasil), tendo o primeiro volume publicado em 1823, fruto das viagens de Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptiste von Spix, que, entre 1817 a 1820, percorreram mais de 10 mil quilômetros em regiões ainda pouco exploradas.[56]

De acordo com a historiadora de teorias e práticas das ciências naturais no Brasil, Heloisa Maria Bertol Domingues, as expedições científicas do século XIX foram, ao mesmo tempo, prática científica e uma representação concreta do processo político e econômico de expansão colonial e imperialista, sendo que o “contexto político e econômico era o do capitalismo, ainda em formação, para o qual a natureza foi, indissociadamente, campo de exploração econômica de produtos naturais e o mais importante laboratório científico.”[57]

Como integrante da Missão Austríaca, Johann Baptist Emmanuel Pohl (1782-1834), nascido em 1782 em Kamnitz na Boêmia, formado em medicina pela Universidade de Praga e pelos trabalhos desenvolvidos com a mineralogia na Boêmia, foi contratado como mineralogista para a viagem ao Brasil, publicando, quando de seu retorno para Viena, suas experiências na obra Reise im Innern von Brasilien (“Viagem no Interior do Brasil), de 1832.[58] Logo ao chegar no Brasil, Pohl também assumiu tarefas no campo da botânica e assim, entre 1817 até 1821, percorreu as regiões do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, realizando trabalhos no campo da botânica e mineralogia, bem como observações sobre usos e costumes dos habitantes da região.[59]

VIAGEM DE SÃO JOÃO DEL REI ATÉ PARACATU DO PRÍNCIPE.

Em 31 de outubro alcançamos Formiga. No caminho, perto da bem cultivada Fazenda do Padre Manuel Bernardo, também denominada Pouso Alegre, chamaram-me a atenção a Helicteris jamaicensis, de flores vermelho-cinábrio, e uma espécie de bambu (Arundinaria verticillata). O resto da vegetação limitava-se a Malpíguias, banistérias, begônias, lantanas, melastomáceas, quáleas e réxias, entre as quais se destacava pelo tamanho, e o Caryocar brasiliensis (piqui).[60]

Para além dos já mencionados viajantes, Carl Friedrich Philipp von Martius, o renomado botânico do século XIX, figura como naturalista de grande relevância para a construção da história nacional brasileira, especialmente na perspectiva contemporânea de estudiosos. Sua notoriedade não se restringe apenas à sua documentação exaustiva, pesquisas minuciosas e contribuições taxonômicas para a flora brasileira, mas se destaca por registrar em seus relatos a “indissociabilidade entre natureza e o homem, articuladas organicamente entre imagens e textos”.[61] 

Von Martius é capaz de organizar seu relato produzindo as noções de seqüencialidade e simultaneidade dos fenômenos que observa, organizando um quadro para seu leitor, em que todas as peças do quebra-cabeça parecem encaixar-se. Causalidade e determinação organizam o seu texto, de forma a dar sentido e inteligibilidade a um conjunto aparentemente díspar de fenômenos observados.[62]

Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) nasceu em Erlangen e faleceu em Munique, ambas cidades da Alemanha. Em 1810 iniciou o curso de medicina na Universidade de Erlangen e logo aproximou-se das disciplinas do campo da botânica. Pela Missão Austríaca, percorreu aproximadamente dez mil quilômetros pelo território brasileiro e desempenhou um papel fundamental na elaboração da monumental obra intitulada Flora Brasiliensis, sendo referência para botânicos, cientistas e pesquisadores interessados na flora do Brasil.[63] 

Flora Brasiliensis foi publicada ao longo de 66 anos, entre 1840 e 1906, coordenadas pelos naturalistas Carl Friedrich Philipp von Martius, Wilhelm Eichler de Agosto e Ignatz Urban e a participação de 65 especialistas de vários países, apresenta-se em 40 volumes ricamente ilustrados, 22.767 espécies descritas, das quais cerca de seis mil eram previamente desconhecidas pela ciência.[64]

Entre a comunidade de viajantes, com formação intelectual diversificada e diferentes nacionalidades, como portugueses, ingleses, franceses e alemães, que por seus relatos de viagem, diários, desenhos, livros e publicações, compartilharam suas impressões sobre a fauna, flora, relevo, povos, costumes e hábitos e demais aspectos do Brasil também estão, George Gardner e Francis de Castelnau.

O viajante britânico George Gardner (1812-1849) nasceu em Glasgow, na Escócia, estudou medicina a história natural e, por incentivo de seu professor Willian Hooker, envolveu-se com os assuntos da botânica. Aos 24 anos chegou ao Brasil, “vindo de Liverpool, com o espírito excitado pelas descrições extraordinariamente belas que recebeu de Humboldt e de outros viajantes sobre a beleza e variedade da natureza das regiões tropicais”[65] e aqui permaneceu de 1836 a 1841, percorrendo as províncias do Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Ceará, Piauí, Goiás e Minas Gerais, sendo seu trabalho de grande contribuição para as pesquisas de Martius, Saint-Hilaire e Pohl.[66]

Pelos trabalhos realizados ao longo de aproximadamente cinco anos, Gardner escreveu Viagens no Brasil: principalmente nas províncias do norte e nos distritos do ouro e do diamante durante os anos de 1836-1841, (publicação original de 1846). Nas palavras do próprio Gardner: “o Brasil, melhor campo para minhas pesquisas, visto que as produções vegetais daquele imenso império talvez fossem então menos conhecidas dos Ingleses, que as de qualquer outro país de igual tamanho em todo o mundo.”[67]

Outra árvore que cresce em condições semelhantes é uma espécie de caryocar, de bela aparência quando coberta com seus grandes carimbos de flores amarelas. O fruto, ainda, não maduro quando lá estive, dizem que é excelente quando cozido; e a madeira, muito dura, é de grande aplicação para construir engenhos.[68]

Assim como George Gardner, Francis Louis Nompar de Caumont Laporte, conhecido como conde de Castelnau (1810 - 1880) foi um dos viajantes franceses que percorreu as regiões do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, entre 1843 e 1847. Nascido em Londres e com formação em ciência natural realizada em Paris, recebeu do Duque d´Orléans a missão de organizar e chefiar uma expedição para a América do Sul em nome do governo francês, cujo objetivo era provar ser realizável a navegação, por via fluvial em quase sua totalidade, entre as Antilhas francesas e Buenos Aires.[69]

Para a realização das expedições botânicas, análises geológicas, meteorológicas e estudos de zoologia, a expedição foi composta por uma equipe de naturalistas devidamente escolhida por Francis de Castelnau, sendo que, de fevereiro a dezembro de 1844, Castelnau esteve em Goiás, passando pela Vila de Catalão, desceu o Rio Araguaia e subiu o Tocantins, descrevendo minuciosamente a população, história e a própria região.[70] Com retorno a Europa, Francis de Castelnau escreve Expedições às Regiões Centrais da América do Sul, publicada originalmente em Paris, em 15 volumes ricamente ilustrados, entre 1850 e 1857, traduzido por Olivério Mário de Oliveira Pinto e publicado em 1949 pela coleção Brasiliana.

CAPÍTULO XV

VOLTA A GOIÁS PELO SERTÃO DOS XAVANTES.

Nesses campos, grande era a atividade da vegetação, não sendo isso devido somente às chuvas, mas também as queimadas feitas pouco tempo atrás. (....) Encontramos com muita freqüência a mangabeira (Hancornia speciosa), cujo fruto açucarado só é bom depois que todo o leite se transformou num xarope transparente, e o piqui (Caryocar brasiliense), de fruto muito apreciado, apesar de o termos achado de sabor pouco agradável.[71]

Considerando a construção historiográfica por ora apresentada para a (re)construção do registro do pequi nas terras brasileiras, é importante perceber que, ao longo do tempo, mesmo que as narrativas produzidas pela história natural se modificaram, sempre estiveram interconectadas e inter-relacionadas, em mundos e contextos distintos, com a história humana, tal como deve ser compreendida a História Ambiental, uma vez que propor “reconstruir as paisagens do passado, verificando como eram e como funcionavam antes que as sociedades humanas as penetrassem e modificassem”[72] é indispensável para a compreensão de como se deu a formação de nossa contemporaneidade.

Assim, viajantes como Auguste de Saint-Hilaire, George Heinrich von Langsdorff, Ludwin Riedel, Carl Friedrich Philipp von Martiuns, Johann Baptist Emmanuel Pohl e tantos outros, por meio de seus relatos não descrevem de forma particularizada unicamente a flora, a fauna ou os demais recursos de nossa natureza, mas nos permitem compreender, sob olhar de uma perspectiva social, como se deu a construção da relação humana com a natureza e que muito ainda perdura por tantos momentos nos dias atuais.

CONSIDERAÇÕES

As viagens naturalistas e o olhar do estrangeiro, sobretudo do europeu, especialmente a partir do século XIX, diz muito do processo de construção da identidade do povo brasileiro e das nossas instituições no modo de se fazer ciência, assim promover pesquisas relacionadas a análise desses relatos, como fonte historiográfica, poderão ser bastante enriquecedoras para um novo olhar sobre nós mesmos. Nesse sentindo, o registro dessas viagens e as descobertas dos pesquisadores contribuíram para reconstruir a história do país e conhecer a forma como os elementos naturais, aqui representada por uma espécie da flora, foram exploradas nas regiões de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo.

Ao longo da história, a humanidade tem mantido uma relação fundamental com as plantas, como meio de sobreviver ou desenvolver-se, seja utilizando-as como alimento, remédios, ornamentos, ou mesmo como matéria-prima para diversos fins. Diante essa relação, o encontro entre humanos e plantas tem sido o ponto de origem para diversos aspectos da narrativa ambiental, gerando um rico campo de temas para a história.

Neste contexto, gostaria de reiterar que a ideia de uma abordagem historicizada de uma determinada espécie botânica, aqui exemplificada pelo pequi (Caryocar brasiliense), pode apresentar uma repercussão potencial – tanto para o olhar individualizado de determinada espécie, como para uma comunidade científica em geral. Esse impacto é de grande potencial transformador, orientado para enriquecer o cotidiano de estudo e envolvimento prático com os recursos naturais, assim como as pesquisas científicas, tornando-as mais profundas, reflexivas e humanizadas em sua execução. Em última análise, ter um conhecimento aprofundado da história da nossa natureza é essencial para o autorreconhecimento e para contribuir na formação de uma identidade individual e coletiva.

Dessa forma, do ponto de vista científico, o desafio que nos apresenta, como pesquisadores no século XXI, está o de conhecer e comunicar a ideia de que a relação entre o ser humano e a natureza é uma interdependência indivisível, na qual as ações de ambos são influenciadas mutuamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ambiel, Valdirene do Carmo. 2014. A Missão Leopoldina: primeira expedição da Missão Científica Austríaca ao Brasil no século XIX. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. XCVIII São Paulo.

Ambrizzi, Miguel Luiz. 2008. Entre olhares - O romântico, o naturalista. Artistas-viajantes na Expedição Langsdorff: 1822-1829. v. III, no. 4. Rio de Janeiro.

Antunes, Anderson Pereira. 2021. Saberes locais e a formação de coleções de História Natural nas expedições científicas do Oitocentos. Anais do Museu Histórico Nacional, vol. 55, 1-18. Rio de Janeiro.

Augel, Moema Parente. 2014. Os diários de Ludwig Riedel em Mato Grosso. Conferencia: A Expedição Langsdorff (1824-1828) – um simpósio interdisciplinar e transregional. Universidade Federal de Mato Grosso – Brasil.

Bediaga, Begonha e Haroldo Cavalcante de Lima. 2014. Reflexões sobre a Flora Fluminensis de Frei Vellozo. Anais do XVI Encontro Regional de História da Anpuh-Rio: saberes e práticas científicas. Rio de Janeiro.

Bediaga, Begonha e Haroldo Cavalcante de Lima. 2015. A “flora fluminensis” de frei Vellozo: uma abordagem interdisciplinar. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 10, no 1  (jan.-abr.): 85-107.

Belluzzo, Ana Maria. 2008. “O viajante e a paisagem brasileira”. Revista Porto Arte: Porto Alegre, v. 15, no. 25

Brasil. Ministério do Meio Ambiente. 2016. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste / Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade; Roberto Fontes Vieira (Ed.). Julcéia Camillo (Ed.). Lidio Coradin (Ed.). – Brasília, DF: MMA.

Brito, Henrique Toscano Siebra; Mariana Tavares Pinheiro Teles; Antonio Cavalcanti de Albuquerque Martins. 2012. Alienação, reflexão e história: contribuições de Guilherme Piso a uma visão historicizada da medicina e suas implicações. Faculdade Pernambucana de Saúde. Recife, Brasil.

Cândido, Luciana de Fátima. 2013. Carl Fr. Ph. von Martius: estudo e registro da flora brasileira. História, Ciências, Saúde. Manguinhos.

Cardim, Fernão. 1925. Tratados da terra e gente do Brasil. Introducções e notas de Baptista Caetano, Capistrano de Abreu e Rodolpho Garcia. Editores J. Leite & Cia. Rio de Janeiro.

Castelnau, Francis. 1949. Expedições às Regiões Centrais da América do Sul. Tradução:  Olivério Mário de Oliveira Pinto – TOMO II. Companhia Editora Nacional, São Paulo. http://brasilianadigital.com.br/obras/expedicao-as-regioes-centrais-da-america-do-sul-v2. (Acessado em 25 de março de 2023).

Castro, Sílvio. 2013. A Carta de Pero Vaz de Caminha. O Descobrimento do Brasil. L&PM, Porto Alegre.

Conrad, Sebastian. 2019. O que História Global? Tradução de Teresa Furtado e Bernardo Cruz, edições 70. Lisboa, Portugal.

Dantas, Luiz. 1992. Francis de Castelnau e o relato de um grupo de escravos de Salvador da Bahia em 1851. Remate de Males: 45-55. Campinas – SP.

Danuzio Gil Bernardino da Silva (org). 1997. Os Diários de Langsdorff; tradução Márcia Lyra Nascimento Egg e outros; editores: Bóris Ν. Komissarov e outros. - Campinas: Associação Internacional de Estudos Langsdorff; Fiocruz. Rio de Janeiro.

Delamico, Andreza Gabriela. 2021. A presença dos naturalistas alemães Riedel e Sellow na constituição do herbário do Museu Nacional do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX. Dissertação de mestrado em História e Patrimônio, Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Domingues, Heloisa Maria Bertol. 1996. As ciências naturais e a construção da nação brasileira. Revista de História, no.135: 41-59. São Paulo.

Domingues, Heloisa Maria Bertol. 2009. O homem, as ciências naturais e o Brasil no século XIX. Acervo v. 22, no. 1: 167-178. Rio de Janeiro.

Drummond, José Augusto. 1991. A História Ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. Estudos Históricos. vol. 4, no. 8: 177-197. Rio de Janeiro.

Fernandes, Eunicia Barros Barcelos. 2009. As palavras como linhas: Fernão Cardim. In: Dossiê Tolerância e intolerância nas manifestações religiosas. Revista Brasileira de História das Religiões, ano I, no. 3: 167-185. São Luís – Maranhão.

Fernandes, Eunicia Barros Barcelos. 2014. Prefácio de Tratados da terra e gente do Brasil, Fernão Gardim. Fundação Darcy Ribeiro, Editora UnB. Rio de Janeiro.

Gadner, George. 1942. Viagens no Brasil: principalmente nas províncias do norte e nos distritos do ouro e do diamante durante os anos de 1836-1841. 1846. Tradução: Albertino Pinheiro. Companhia Editora Nacional.

Gesteira, Heloisa Meireles. 2022. O trânsito de plantas: circulação de saberes e práticas médicas na América Meridional durante a Época Moderna. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.29, no.1: 41-59. Rio de Janeiro.

Gomes, Anabele Stefânia; Fabiana Borghetti. 2021. Os olhares de Saint-Hilaire sobre a vegetação do Cerrado. p.337-362. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora) Jundiaí – SP: Paco Editorial.

Guimarães, Manoel Luiz Salgado. 2000. História e natureza em von Martius: esquadrinhando o Brasil para construir a nação. História, Ciências, Saúde vol. VII (2): 389-410. Manguinhos.

Kury, Lorelai. 2001. Viajantes-naturalistas no Brasil oitocentista: experiência, relato e imagem. História, Ciências, Saúde vol III: 863-880. Manguinhos.

Kury, Lorelai. 2021. Auguste de Saint-Hilaire: traços biográficos de um viajante-naturalista. 19-29. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora), Paco Editorial. Jundiaí – SP.

Kury, Lorelai. 2022. As expedições naturalistas no Brasil no século XIX. Ciência & Cultura (SBPC). Rio de Janeiro.

Lima, Alice Santana. 2019. Spix, Martius e o legado histórico-científico-ficcional das Viagens. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin; PRCEU-USP. 18/07/2019. https://blog.bbm.usp.br/2019/spix-martius-e-o-legado-historico-cientifico-ficcional-das-viagens. (Acessado em 29 de outubro de 2023).

Luciani, Fernanda Trindade. Fernão Cardim (1540-1625). Biblioteca Brasiliana Guita and José Mindlin, BBM digital.  https://www.bbm.usp.br/en/Selection-BBM-digital/fern%C3%A3o-cardim-1540-1625/ (Acessado em 15 de setembro de 2023).

Luger, Dario Alejandro Luger; Simone Moreira Avila. 2021. Expedicionários no Goiás do século XIX. 71-91. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora) Paco Editorial: Jundiaí – SP.

Mello Filho, Luiz Emygdio de. 1998. Expedição Langsdorff ao Brasil / 1821-1829. Livroarte Editora Limitada. Edições Alumbramento. Rio de Janeiro.

Mello, Rodrigo de. 2021. Percepções de Saint-Hilaire sobre o Cerrado goiano e os avanços da ecologia nos últimos 200 anos. 363-389. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora), Paco Editorial. Jundiaí – SP.

Menezes, Marcos Antonio de; Rodrigo Martins Oliveira. 2021. Narrativas de Saint-Hilaire sobre as cidades de Goyaz no século XiX. 95-119. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora), Paco Editorial. Jundiaí – SP.

Moreira Leite, Miriam Lifchitz. 1995. ‘Travel naturalists’. História, Ciências, Saúde, vol I (2): 7-19. Manguinhos

Moreira, Bruno Alessandro Gusmão. 2009. Os relatos dos viajantes estrangeiros no Brasil oitocentista: possibilidades historiográficas. In: Ciclo de Estudos históricos. Anais UESC. 1-8. Ilhéus.

Oliveira, Ana Rosa. 2012. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro e as paisagens da corte. In: Lorelai Kury, Heloisa Gesteira. (Org.). Ensaios de história das ciências no Brasil. Das Luzes à nação independente. 1ed, 123-134. Rio de Janeiro.

Pataca, Ermelinda Moutinho; Rachel Pinheiro. 2005. Instruções de viagem para a investigação científica do território brasileiro. REVISTA DA SBHC, v. 3, n. 1: 58-79. Rio de Janeiro.

Pohl, Johann Emanuel. 1976. Viagem no interior do Brasil. Tradução de Milton Amado e Eugênio Amado; apresentação e notas de Mário Guimarães Ferri. Itatiaia, Belo Horizonte. Ed. da Universidade de São Paulo. São Paulo.

Rizzo, José Ângelo; Heleno Dias Ferreira; Eddie Esteves Pereira. 2005. Percurso de dez naturalistas: Goiás – Século XIX. Ed. UFG, vol. Especial: 1-78. Goiânia, Brasil.

Saint-Hilaire, Auguste de. 1975a. “Cap. I – Início da viagem à Província de Goiás. O Arraial de Santa Luzia”, (p. 22). In: Viagem à Província de Goiás; tradução de Regina Regis Junqueira; apresentação de Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia: São Paulo.

____. 1975b. “Cap. II – Santo Antônio dos Montes Claros. O Arraial de Corumbá. Os Montes Pireneus. O Arraial de Meia-Ponte” (p. 32). In: Viagem à Província de Goiás; tradução de Regina Regis Junqueira; apresentação de Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia: São Paulo.

_____. 1975c. “Cap. XII – A Cachoeira de Furnas. O Rio das Velhas e a Aldeia de Santana. O Arraial de Farinha Podre. Travessia do Rio Grande” (p. 152). In: Viagem à Província de Goiás; tradução de Regina Regis Junqueira; apresentação de Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia:  São Paulo.

Sant'Anna Neto, João Lima. 2006. Primeiras impressões dos cronistas e viajantes sobre o tempo e o clima no Brasil colônial. Biblio 3W, Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, vol. XI, no. 691. Barcelona.

Santos, Fernanda Cristina da Encarnação. 2014. O Colégio da Bahia: uma (quase) Universidade na América Portuguesa (1556-1763). Florianópolis, SC.

Schwarcz, Lilia Moritz. 2009. Paisagem e Identidade: a construção de um modelo de nacionalidade herdado do período Joanino. Acervo, v. 22, no. 1: 19-52. Rio de Janeiro.

Seco, Ana Paula. Navegando na História da Educação Brasileira - George Gardner. https://histedbrantigo.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_george_gardner.htm. (Acessado em 18 de agosto de 2023).

Souza, Flavia Pacheco Alves. 2017. O naturalista viajante do museu nacional. In: Notas de um naturalista do sul do Brasil: Fritz Müller: história da ciência e contribuições para a biologia [online], 49-85. São Bernardo do Campo: SP

Sudatti Neto, Reinaldo. 2010. A visão de Gaspar Barleu sobre a fase holandesa no Brasil e o papel das obras de Piso e Margrave. Dissertação de mestrado em História da Ciência, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Worster, Donald. 1991. Para fazer História Ambiental. Tradução José Augusto Drummond. In: Estudos Históricos. vol. 4, no. 8: 198-215. Rio de Janeiro.  


[1] Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro (Região Centro-Oeste: Brasil, 2016).

[2] Donald Worster. Para fazer História Ambiental. Tradução José Augusto Drummond. In: Estudos Históricos vol. 4, no 8. (Rio de Janeiro: 1991), 202.  

[3] Sílvio Castro. A Carta de Pero Vaz de Caminha. O Descobrimento do Brasil. (Porto Alegre: L&PM, 2013).

[4] Carta de Pedro Vaz de Caminha. MINISTÉRIO DA CULTURA. Fundação Biblioteca Nacional. Departamento Nacional do Livro. http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf. (Acessado em 19 de julho de 2023).

[5] Ana Rosa de Oliveira. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro e as paisagens da corte. In: Lorelai Kury, Heloisa Gesteira. (Org.). Ensaios de história das ciências no Brasil. Das Luzes à nação independente. 1ed. (Rio de Janeiro: 2012), 123-134.

[6] Lorelai Kury. As expedições naturalistas no Brasil no século XIX. Ciência & Cultura (SBPC), (Rio de Janeiro: 2022), 1-6.

[7] Anderson Pereira Antunes. Saberes locais e a formação de coleções de História Natural nas expedições científicas do Oitocentos. Anais do Museu Histórico Nacional, vol. 55 (Rio de Janeiro: 2021), 6.

[8] Miriam Lifchitz Moreira Leite. ‘Travel naturalists’. História, Ciências, Saúde - vol I (2). (Manguinhos: 1995), 7-19.

[9] Flavia Pacheco Alves de Souza. O naturalista viajante do museu nacional. In: Notas de um naturalista do sul do Brasil: Fritz Müller: história da ciência e contribuições para a biologia [online]. Editora UFABC (São Bernardo do Campo, SP, 2017), 49-85.

[10] Ermelinda Moutinho Pataca e Rachel Pinheiro. Instruções de viagem para a investigação científica do território brasileiro. REVISTA DA SBHC, v. 3, n. 1 (Rio de Janeiro, 2005), 58-79.

[11] Begonha Bediaga e Haroldo Cavalcante de Lima. Reflexões sobre a Flora Fluminensis de Frei Vellozo. Anais do XVI Encontro Regional de História da Anpuh-Rio: saberes e práticas científicas (Rio de Janeiro, 2014).

[12] A revista Archivos do Museu Nacional surge pelo Decreto Imperial n. 6.116, de 09 de fevereiro de 1876, determinando ao Museu Nacional do Rio de Janeiro a publicação trimestral de uma revista dedicada às investigações e trabalhos realizados, bem como a publicação de catálogos das coleções e permutas entre instituições. A corrente filosófica positivista estava nitidamente registrada na contracapa da revista com os dizeres em latim “nunca a ciência contraria a natureza e ainda que o pesquisador tenha toda a sabedoria de Sócrates, deve realizar as pesquisas na floresta, no campo, na natureza”. Flavia Pacheco Alves de Souza. “O naturalista viajante do museu nacional.” In: Notas de um naturalista do sul do Brasil: Fritz Müller: história da ciência e contribuições para a biologia [online]. Editora UFABC (São Bernardo do Campo, SP, 2017), 55.

[13] Begonha Bediaga e Haroldo Cavalcante de Lima. A “flora fluminensis” de frei Vellozo: uma abordagem interdisciplinar. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 10, no. 1: 85-107, jan.-abr. 2015.

[14]  Heloisa Maria Bertol Domingues. As ciências naturais e a construção da nação brasileira. Revista de História, n.135, (São Paulo, 1996), 41-59.

[15] Ibidem, 41.

[16] Luiz Emygdio de Mello Filho. Expedição Langsdorff ao Brasil / 1821-1829. Livroarte Editora Limitada. Edições Alumbramento (Rio de Janeiro, 1998).

[17] Donald Worster. Para fazer História Ambiental. Tradução José Augusto Drummond. In: Estudos Históricos, v. 4, no. 8 (Rio de Janeiro, 1991), 205.

[18] José Augusto Drummond. A História Ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. Estudos Históricos. vol.4, no. 8 (Rio de Janeiro, 1991), 177-197.

[19] Lilia Moritz Schwarcz. Paisagem e Identidade: a construção de um modelo de nacionalidade herdado do período Joanino. Acervo, v. 22, no. 1 (Rio de Janeiro, 2009), 19-52.

[20] Bruno Alessandro Gusmão Moreira. Os relatos dos viajantes estrangeiros no Brasil oitocentista: possibilidades historiográficas. In: Ciclo de Estudos históricos. Anais UESC. (Ilhéus, 2009), 1-8.

[21] Sebastian Conrad. O que história Global? Tradução de Teresa Furtado e Bernardo Cruz, Edições 70 (Lisboa, Portugal. 2019).

[22] Na Base de dados bibliográfica das plantas nativas usadas pelos brasileiros – DATAPLAMT admite-se como nome popular da espécie Caryocar brasiliense pekiá, pequi, pequeá, pequiá, pequiá pedra, pequiá-pedra, pequizeiro, piqui, piquiá, piquiá bravo, piquiá-bravo, suari, amêndoa de espinho, amêndoa-de-espinho, grão de cavalo, grão-de-cavalo. https://www.dataplamt.org.br/v3-novaversao-block/#/planta/?idPlanta=39. (Acessado em: 12 de fevereiro de 2023).

[23] Fernão Cardim. Tratados da terra e gente do Brasil. Introducções e notas de Baptista Caetano, Capistrano de Abreu e Rodolpho Garcia. Editores J. Leite & Cia. (Rio de Janeiro, 1925), 62.

[24] Eunícia Barros Barcelos Fernandes. Prefácio de Tratados da terra e gente do Brasil, Fernão Gardim. Fundação Darcy Ribeiro, Editora UnB (Rio de Janeiro, 2014), 196.

[25] Fernanda Cristina da Encarnação dos Santos. O Colégio da Bahia: uma (quase) Universidade na América Portuguesa (1556-1763) (Florianópolis, SC., 2014).

[26] Eunicia Barros Barcelos Fernandes. As palavras como linhas: Fernão Cardim. In: Dossiê Tolerância e intolerância nas manifestações religiosas. Revista Brasileira de História das Religiões. Ano I, no. 3, jan. 2009, 2.

[27] Fernanda Trindade Luciani. Fernão Cardim (1540-1625). Biblioteca Brasiliana Guita and José Mindlin, BBM digital.  https://www.bbm.usp.br/en/Selection-BBM-digital/fern%C3%A3o-cardim-1540-1625/ (Acessado em 15 de setembro de 2023).

[28]  João Lima Sant'Anna Neto. Primeiras impressões dos cronistas e viajantes sobre o tempo e o clima no Brasil colônial. Biblio 3W, Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, vol. XI, no. 691, 5 de diciembre de 2006.

[29] Reinaldo Sudatti Neto. A visão de Gaspar Barleu sobre a fase holandesa no Brasil e o papel das obras de Piso e Margrave. Mestrado em História da Ciência, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. (São Paulo, 2010).

[30] Henrique Toscano Siebra Brito; Mariana Tavares Pinheiro Teles; Antonio Cavalcanti de Albuquerque Martins. Alienação, reflexão e história: contribuições de Guilherme Piso a uma visão historicizada da medicina e suas implicações. Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS). (Recife, Brasil. 2012). 

[31] Heloisa Meireles Gesteira. O trânsito de plantas: circulação de saberes e práticas médicas na América Meridional durante a Época Moderna. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.29, no.1 (Rio de Janeiro, 2022), 43.

[32] Esse texto é cópia literal da Base de dados bibliográfica das plantas nativas usadas pelos brasileiros – DATAPLAMT, cuja referência consta na página 317 do livro História Natural e Médica da Índia Ocidental (Trad. M. L. Leal). Ministério da Educação e Cultura, Instituto Nacional do Livro, Rio de Janeiro (publicação original 1648). https://www.dataplamt.org.br/v3-novaversao-block/#/planta/?idPlanta=39.  (Acessado em 13 de fevereiro de 2023).

[33] Lorelai Kury. As expedições naturalistas no Brasil no século XIX. Ciência & Cultura (SBPC) (Rio de Janeiro, 2022), 4.

[34] Miriam Lifchitz Moreira Leite. ‘Travel naturalists’. História, Ciências, Saúde - vol I (2): 7-19. (Manguinhos: 1995), 10.

[35] Ana Maria Belluzzo. O viajante e a paisagem brasileira. Revista Porto Arte, v. 15, no, 25 (Porto Alegre, 2008).

[36] Manuel Manoel Luiz Salgado Guimarães. História e natureza em von Martius: esquadrinhando o Brasil para construir a nação. História, Ciências, Saúde, vol. VII (2) (Manguinhos, 2000), 389-410.

[37] Rodrigo de Mello. Percepções de Saint-Hilaire sobre o Cerrado goiano e os avanços da ecologia nos últimos 200 anos. 363-389. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora), Paco Editorial (Jundiaí – SP, 2021).

[38] José Ângelo Rizzo; Heleno Dias Ferreira; Eddie Esteves Pereira. Percurso de dez naturalistas: Goiás – Século XIX. Ed. UFG, vol. Especial (Goiânia, 2005), 21-26.

[39] Lorelai Kury. Auguste de Saint-Hilaire: traços biográficos de um viajante-naturalista. 19-29. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora), Paco Editorial (Jundiaí – SP, 2021).

[40] Ibidem, 26.

[41] Anabele Stefânia Gomes; Fabiana Borghetti. Os olhares de Saint-Hilaire sobre a vegetação do Cerrado. 337-362. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora), Paco Editorial (Jundiaí – SP, 2021).

[42] Auguste de Saint-Hilaire. Cap. I – Início da viagem à Província de Goiás. O Arraial de Santa Luzia, (p. 22). In: Viagem à Província de Goiás; tradução de Regina Regis Junqueira; apresentação de Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia; Ed. da Universidade de São Paulo (São Paulo, 1975).

[43] Auguste de Saint-Hilaire. Cap. II – Santo Antônio dos Montes Claros. O Arraial de Corumbá. Os Montes Pireneus. O Arraial de Meia-Ponte (p. 32). In: Viagem à Província de Goiás; tradução de Regina Regis Junqueira; apresetação de Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia; Ed. da Universidade de São Paulo (São Paulo, 1975).

[44] Auguste de Saint-Hilaire. Cap. XII – A Cachoeira de Furnas. O Rio das Velhas e a Aldeia de Santana. O Arraial de Farinha Podre. Travessia do Rio Grande (p. 152). In: Viagem à Província de Goiás; tradução de Regina Regis Junqueira; apresentação de Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia; São Paulo, Ed. da Universidade de São Paulo (São Paulo, 1975).

[45] Luiz Emygdio de Mello Filho. Expedição Langsdorff ao Brasil / 1821-1829. Edições Alumbramento. Livroarte Editora Limitada (Rio de Janeiro, 1998), 13.

[46] Miguel Luiz Ambrizzi. Entre olhares - O romântico, o naturalista. Artistas-viajantes na Expedição Langsdorff: 1822-1829. v. III, no. 4 (Rio de Janeiro, 2008).

[47] Ana Maria Belluzzo. O viajante e a paisagem brasileira. Revista Porto Arte: v. 15, no. 25 (Porto Alegre, 2008).

[48] Os Diários de Langsdorff / org. Danuzio Gil Bernardino da Silva; tradução Márcia Lyra Nascimento Egg e outros; editores: Bóris Ν. Komissarov e outros. - Campinas: Associação Internacional de Estudos Langsdorff; Fiocruz (Rio de Janeiro, 1997), 322.

[49] Andreza Gabriela Delamico. A presença dos naturalistas alemães Riedel e Sellow na constituição do herbário do Museu Nacional do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX. (dissertação de mestrado em História e Patrimônio, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2021).

[50] Moema Parente Augel Os diários de Ludwig Riedel em Mato Grosso. Conferencia: A Expedição Langsdorff (1824-1828) – um simpósio interdisciplinar e transregional. Universidade Federal de Mato Grosso – Brasil (Mato Grosso, 2014).

[51] José Ângelo Rizzo; Heleno Dias Ferreira; Eddie Esteves Pereira. Percurso de dez naturalistas: Goiás – Século XIX. Ed. UFG, vol. Especial (Goiânia, 2005), 61-64.

[52] O prazer do percurso:  um passeio pela paisagem histórica de Botafogo. Fundação Casa de Rui Barbosa. http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/oprazerdopercurso/bio_burchell.htm. (Acessado em 25 de setembro de 2023).

[53] José Ângelo Rizzo; Heleno Dias Ferreira; Eddie Esteves Pereira. Percurso de dez naturalistas: Goiás – Século XIX. Ed. UFG, vol. Especial (Goiânia, 2005), 69-74.

[54] Marcos Antonio de Menezes; Rodrigo Martins Oliveira. Narrativas de Saint-Hilaire sobre as cidades de Goyaz no século XiX. 95-119. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora), Paco Editorial (Jundiaí – SP, 2021).

[55] Valdirene do Carmo Ambiel. A Missão Leopoldina: primeira expedição da Missão Científica Austríaca ao Brasil no século XIX. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. XCVIII (São Paulo, 2014).

[56] Alice Santana de Lima. Spix, Martius e o legado histórico-científico-ficcional das Viagens. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin; PRCEU-USP. (2019).

[57] Heloisa Maria Bertol Domingues. O homem, as ciências naturais e o Brasil no século XIX. Acervo v. 22, n. 1 (Rio de Janeiro, 2009), 167-178.

[58] Dario Alejandro Luger; Simone Moreira Avila. Expedicionários no Goiás do século XIX. p. 71-91. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora) Paco Editorial (Jundiaí – SP, 2021).

[59] José Ângelo Rizzo; Heleno Dias Ferreira; Eddie Esteves Pereira. Percurso de dez naturalistas: Goiás – Século XIX. Ed. UFG, vol. Especial (Goiânia, 2005), 27-38.

[60] Johann Emanuel Pohl. Viagem no interior do Brasil. Tradução de Milton Amado e Eugênio Amado; apresentação e notas de Mário Guimarães Ferri. Itatiaia, Belo Horizonte. Ed. da Universidade de São Paulo (São Paulo, 1976), 92.

[61] Lorelai Kury. Viajantes-naturalistas no Brasil oitocentista: experiência, relato e imagem. História, Ciências, Saúde vol III (suplemento) (Manguinhos, 2001), 863-880.

[62] Manoel Luiz Salgado Guimarães. História e natureza em von Martius: esquadrinhando o Brasil para construir a nação. História, Ciências, Saúde vol. VII (2) (Manguinhos, 2000), 389-410.

[63] Luciana de Fátima Cândido. Carl Fr. Ph. von Martius: estudo e registro da flora brasileira. História, Ciências, Saúde (Manguinhos, 2013).

[64]  Johann Emanuel Pohl. Viagem no interior do Brasil. Tradução de Milton Amado e Eugênio Amado; apresentação e notas de Mário Guimarães Ferri. Itatiaia, Belo Horizonte. Ed. da Universidade de São Paulo, 417p. 1976.

[65] Ana Paula Seco. Navegando na História da Educação Brasileira - George Gardner. https://histedbrantigo.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_george_gardner.htm. (Acessado em 18 de agosto de 2023).

[66] José Ângelo Rizzo; Heleno Dias Ferreira; Eddie Esteves Pereira. Percurso de dez naturalistas: Goiás – Século XIX. Ed. UFG, vol. Especial (Goiânia, 2005), 45-48.

[67] George Gadner. Viagens no Brasil: principalmente nas províncias do norte e nos distritos do ouro e do diamante durante os anos de 1836-1841. 1846. Tradução: Albertino Pinheiro. Companhia Editora Nacional. 1942 (cap. I – p. 1).

[68]  Ibidem, 157.

[69] Luiz Dantas. Francis de Castelnau e o relato de um grupo de escravos de Salvador da Bahia em 1851. Remate de Males (Campinas, 1992), 45-55.

[70] Dario Alejandro Luger; Simone Moreira Avila. Expedicionários no Goiás do século XIX. p. 71-91. In: Uma viagem pelo Sertão: 200 anos de Saint-Hilaire em Goiás. Leonora de Castro Borba (organizadora) Paco Editorial (Jundiaí – SP, 2021), 79.

[71] Francis Castelnau. Expedições às Regiões Centrais da América do Sul. Tradução:  Olivério Mário de Oliveira Pinto – TOMO II. Companhia Editora Nacional, (São Paulo, 1949),7. http://brasilianadigital.com.br/obras/expedicao-as-regioes-centrais-da-america-do-sul-v2. (Acessado em 25 de março de 2023).

[72] Donald Worster. Para fazer História Ambiental. Tradução José Augusto Drummond. In: Estudos Históricos, vol. 4, no. 8. (Rio de Janeiro, 1991), 203.